Há um soneto de Sidônio Muralha, em Poemas de Abril, que termina com estes dois versos:
"a minha volta é só formalidade.
Voltar não voltarei. Sempre lá estive."
Não sei o que deu em mim que sou assaltado por saudades de Goa ultimamente. Saudades daquelas que doem, daí a ponho no pilão e soco, macero, faço dela cataplasma e ponho sobre a ferida. Revejo as fotos, folheio os livros (como os maravilhosos da Heta Pandit), penso textos. Mais que isso, reencontro Goa ali e aqui.
Há alguns meses conheci a capelinha de Nossa Senhora das Cabeças (post em breve) no Jardim Botânico, situado em uma escola que até recentemente era um orfanato. A escola é mantida pelas Irmãs Carmelitas Descalças.
Não digo nem a capelinha em si, maravilhosa e genuína construção colonial do início do século XVII (!!), a única capela com alpendre de nossa cidade, mas o prédio central, as casinhas das cercanias, o isolamento, tudo trazendo-me à mente e ao coração a ilha de Divar, no coração das Velhas Conquistas goesas...
Tanto que coloco duas fotos: uma do Jardim Botânico, outra de Goa, logo ali... Qual é qual?
E assim carrego Goa comigo. Quando voltar, mera formalidade, poderei dizer que voltar não voltei. Sempre cá estive.
1 comment:
O pé aponta pra onde o coração caminha... Não necessariamente nesta mesma ordem...
=)
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