Thursday, April 05, 2007

Nao podia faltar....


Sao muitas as cervejarias, muitas as cervejas.... Esta foi uma dunkel em Heildeberg (vejam o copo...)

Saudades da Pretinha

Amanha tenho mais um dia inteiro aqui na Alemanha. Dia atípico, de vez que, além de feriado, ainda estarei viajando de Stuttgart para Nuremberg.... Mas será bom para despedir-me de Nuremberg, minha primeira cidade alema...

A viagem, boa. Mas as saudades da Pretinha, ah, essas nao têm barragem que as estanque. Saudades que me deixam triste, feliz, triste feliz. Saudades que me apunhalam pela manha e me fazem segurar o choro quando vejo uma coisa bonita e sei que ela também gostaria. Saudade dela pedindo pra comprar água e saudade dela feliz com o fuhrstruck,,,,

Amanha, sexta-feira dia 6 de abril, completamos 12 anos casados.
Já? Olha, a responsa, um casal 12 anos, puro malte, hehehehe....
Quero mais doze e doze. E dozedozedozedoze e toda a vida e sempre.

Na linda, romântica, literária e filosófica cidade de Heildeberg... Valeu a pena subir os 200 degraus da Heiliggeistkirche. Na torre da Igreja do Espírito Santo, silêncio e pássaros. No interior, ensaivam uma obra de Frank Martin, Golgotha.

Olha a tietagem aí!!!!!


Eu e Guy Evans, esse monstro de baterista! Ele gostou de saber que eu viera do Brasil apenas para os shows... Foi bastante gentil...

Comentários sobre os shows do VdGG : Alemanha, 2007

 

Vou apenas tecer alguns cometários desalinhados:

 1) Em primeiro lugar, a emoção foi muito, muito grande. Parece óbvio, mas não é. Podia ser que não correspondessem ao vivo, ou que não conseguissem transportar a grande intensidade do estúdio para os palcos. Basta lembrar que o disco ao vivo, Vital, é um dos mais fracos da discografia prog ao vivo. 

2) A voz de Peter Hammill continua maravilhosa. Há muito tempo escrevi, depois de escutar o Present, que sua voz me soou cansada.... Não sei de onde tirei isso. Sua voz cresceu com o tempo. Prova disso é que as músicas, mesmo as novas, saão, de fato, compostas em torno de sua voz. Algumas músicas, como "Undercover Man" e "Sleepwalkers" (até a metade) são quase que inteiramente declamadas por ele. 

3) Sim, Jackson faz uma falta enorme, enorme. NO ENTANTO, os três lá estão, dando tratos aos instrumentos para suprir sua falta. Hammill está tocando mais guitarra, coisa que nunca foi seu forte, e Hugh continua se desdobrando nos teclados e pedais. No show de ontem, logo no começo, gritaram "Where is Jackson?", o que achei bastante rude. Peter limitou-se a dizer que Jackson não tocava as músicas novas (ele acabara de tocar uma inédita e iria tocar outra...). Já outras músicas, como "Killer", parecem mesmo impossíveis de serem tocadas sem o sax. Eu mesmo pedira (ingenuamente), no primeiro show, por "Killer" (sem a menor intenção de ser rude), mas Peter limitou-se a responder "No, no". (Pelo menos ele interagiu comigo! =)

4) Os três são extremamente tímidos. Peter chega mesmo a evitar contato com os olhos, e só mesmo lá para o meio do show, depois também de algum vinho, é que se arrisca a tentar interagir. Mas isso é irrelevante. 

5) Embora não pareça (pelo menos nunca tinha percebido isso), Guy Evans é um monstro de baterista... 

6) As músicas novas, inéditas, são todas excelentes, ainda que "A lifetime" soe um pouco simples demais para os padrões vandergraffianos.

 7) O público, apesar daquela pequena exceção que citei, é extremamente respeitoso e aficcionado. Durante o bis de ontem, quando tocavam nada menos que "Still Life", podia-se ouvir um alfinete cair. Parece que há mesmo que segurar a respiracão para ouvir Hammill cantando "Hers forever, hers forever..." 

8) NMHO, a banda atravessou o tempo de maneira inacreditável. Peter é um dos pouquíssimos artistas que conheço (e aqui penso também em escritores e pintores) que não fizeram, jamais, concessões. É fiel a si mesmo, sem que isso signifique, absolutamente, repetir-se. 

9) Sim, o VdGG é eterno e sua obra há-de permanecer como testemunho do que a paixão unida à inteligência pode criar

 


 

Van der Graaf em acao


Enfim, uma foto do show. Este foi o segundo, em Aschaffenburg (depois que aprendi, adoro ficar repetindo esse nome, já perceberam, né?). Nao tirei mais porque, logo em seguida, veio um seguranca dizer que, mais uma foto e teria minha câmera apreendida... No primeiro show, tive a máquina confiscada na entrada e no terceiro também foi impossível.... Mas gravei alguns trechinhos...
Na foto vocês podem ver Peter Hammill com o GuyEvans ao fundo...

Monday, April 02, 2007

Tribunais de Nuremberg


Aqui, exatamente nesta sala, ocorreram os julgamentos dos carrascos nazistas, tao logo a guerra terminou. Dos 21, doze foram condenados à morte, seis pegaram prisao perpétua e tres se safaram. Pela primeira vez falou-se em direito internacional. Os EUA quiseram fazer coisa semelhante com o Saddam. Mas, embora Saddam fosse mesmo um criminoso, todos sabemos que a justica dos EUA teve algo de farsesco. Ou entao, para ser coerente, que Bush fosse julgado (e condenado) também...

Nurnberg, até logo


Parto hoje rumo a Aschaffenburg. O show do VdGG ontem foi emocionante, intenso, corajoso. O plaono é assisti-los hoje em Ascha, depois em Stuttgart, e depois meia volta volver. Escreverei com mais calma depois...

Sunday, April 01, 2007

Bamberg


Nao bastasse ser linda, Bamberg tem ainda nove cervejarias em funcionamento. Isso no centro da cidade em si, porque se formos contar com as de todo o município, sao cem. Isso: cem. Conheci cinco delas. Faltaram quatro, ou noventa e cinco.
E nao bastasse ser linda e ter tanta cervejaria, foi em Bamberg que a rauchbier, cerveja com malte defumado, nasceu. No Brasil, só a Eisenbahn produz, e de muito boa qualidade.
Sempre muito bom poder beber cerveja assim tao fresca, na fonte, da teta da vaca, da teta da vaca preta...

Epifanias com Tristao (e Isolda tambem....)


Esta é a casa onde Wagner morou por muitos anos, os últimos de sua vida, em Bayreuth. A foto é do jardim, onde ele descansa junto de Cosima Wagner, sua mulher e filha de Liszt. A visita é realmente evocativa. A rotunda, antiga biblioteca da casa, funciona como um salao de concertos. Toca música durante todo o tempo. Estava no meio da visita e tive que descer correndo, porque estava tocando o "liebestod" do "Tristan und Isolde". É, porventura, a musica mais linda de todos os tempos.
Wagner é heavy metal, no que diz respeito a intensidade.... E Wagner é barroco, no que diz respeito a deixar espacos em branco....nao há espacos em branco! Tudo maravilhosamente ocupado, transbordando, numa sucessao de clímax que calam fundo, muito fundo, na alma....É musica para amar e para morrer.

Van der Graaf na Alemanha (e eu atras)


Vejam que interessante: o poster do show, na regiao do castelo de Nuremberg. Foi o unico que vi ate agora. Reparem que e a capa do ultimo Cd, o "Present", mas editaram de modo a tirar a cara do Jackson, que nao toca mais.... Que pena!

O show e hoje.... A expectativa e grande, tanto que nem quero pensar muito....