Saturday, March 31, 2012

The Wall e a Cusparada


No carnaval de 2000 estávamos minha mãe e eu esprimidos na escadaria do Municipal esperando o Bola Preta sair. De repente espoucam morteiros, uma voz fala ao microfone e o Bloco está, oficialmente, na rua. Uma alegria infernal. Ao nosso lado, um velho repetia que o Bola bom era o do passado, que aquilo não era a mesma coisa, o blablablá de sempre. Mãe e eu meneávamos sisudos as cabeças, para depois comentar: "Pô, que velho chato, se não tá gostando que ficasse em casa, cacete!".

Juro que não quero ser igual a esse velho ao comentar o show The Wall só porque conheço e ouço a obra há mais de 30 anos. Juro que acho formidável a renovação do público bem como, enfim, uma obra conceitual de rock progressivo (não esqueçamos disso) arrastar milhares para um estádio de futebol em pleno país do tchan. E juro que achei o show maravihoso.

Mas há duas coisas que me incomodam.

Ao fim do show, uma boa parte da galera pediu bis gritando o nome de uma música. Qual? "Wish you were here". Putz. Sentindo já o espírito do velho do Bola se aproximando: saberão eles que foi justo uma atitude dessas que causou profundo desconforto e nojo em Roger Waters e assim gerou The Wall? Explico.

Em julho de 1977, em Montreal, durante um show do Pink Floyd, um garoto gritava enlouquecido. É provável que pedisse uma música, é possível que esta fosse "Money", embora a tour fosse do Animals. Gritava e gritava para os seus semideues no palco. Aquela histeria causou um mal-estar tão grande em Roger que ele cuspiu na cara do garoto. Mais tarde, no hotel, seu mal-estar era ainda maior, chocado com seu próprio comportamento. Dessa experiência, dessa epifania em que percebeu às claras sua alienação (e a do fã), nasceu a história de um artista que constrói uma parede em torno de si para separar-se e proteger-se do mundo.

Voltando ao Engenhão. Podia ser que pedissem "Money" também. Ou seja, assiste-se a uma ópera-rock inteira, mas a impressão que se tem é que a galera quer mesmo é o single, o hit, a musiquinha da fogueira do acampamento. Mal comparando,seria como assistir ao Beatles tocando o lado B inteiro do Abbey Road e depois gritar: "Can't buy me love!!!!". Ou como ouvir o próprio Mozart regendo seu Requiem. Ao fim, batemos palmas e falamos: "Bonito isso, Seu Amadeus, profundo, mas agora dá pra tocar Eine Kleine Nachtmusik?"

Muitos anos se passaram desde o episódio de Montreal. Roger é o primeiro a admitir que já não é a mesma a parede existente entre ele e o mundo. Em 1977, ele reagiu com uma cusparada. Em 2012, no Engenhão, reagiu, cheio de British wit: "But we are here...". Pena, talvez. A cusparada gerou The Wall. O que essa resposta poderá gerar?

Wednesday, March 28, 2012

Tomei cerveja com Bodhisattva, parte 2


O título do post anterior traz Bodhisattva, cerveja e eu, sujeito desinencial. No texto, contudo, a cerveja não aparece e houve quem desse falta. Também costumo sentir falta. Juro que não coloquei o precioso líquido no título só para conseguir mais hits em buscadores e juro que ela não está ali como Pilates no credo.

Tomei cerveja com Bodhisattva em visita deste ao Rio no final do ano passado. Fomos ao Bar Rebouças, o simpático e minúsculo botequim do Jardim Botânico. Sentamos na calçada e pedimos Heineken. Seu Alberto lembrou, sem zanga, ser hora de almoço e que talvez lhe fosse ruim perder uma mesa assim para bebedores apenas. Mas ele logo percebeu que a quantidade proverbial de garrafas verdes e de bolinhos de camarão com catupiry iriam valer o almoço de uns cinco taxistas.

Muito falamos. Quando discorríamos sobre filmes tabu -- Saló e A Serbian Movie --, vislumbramos no alto do balcão, com os poderes especiais conferidos pela Heineken, uma garrafa de whisky que só podia ser Talisker. Ameaçava chuva grossa, o que inspirava o single malt de Skye. Sob o céu plúmbeo e baixo que pesava como uma tampa, o azul era tantálico. Uma dose do único single malt da ilha de Skye levar-nos-ia a God knows where. A Skye talvez.

Bons bodhisattvas, porém, mantivemo-nos fiéis aos cascos verdes, que sobre a mesa cresciam como cabelos de medusa.

E assim iluminamos a tarde escura.

Monday, March 26, 2012

Tomei cerveja com Bodhisattva



Bodhisattva é representado com os cabelos longos, hippie avant la lettre que adia sua iluminação, sua entrada no Budado, sua imersão no Nirvana, quando poderia, enfim, cessar Samsara, a roda de nascimentos e mortes, para ficar mais tempo junto aos homens e assim ajudá-los.

Eu já conhecia história suas, sua bela imagem a vi pela vez primeira por ocasião de uma linda exposição no Art Institute of Chicago. A imagem que ilustra este post é, creio, a que vi, imagem japonesa, bem diferente, portanto, das indianas que por aí circulam.

Uma das histórias (conto tudo de memória) dizia que Bodhisattva certo dia caminhava quando deparou-se quando um pombo prestes a ser devorado por gavião. Instintivamente, ele o salva e protege sob seu manto. A ave de rapina, esfomeada, roga ao Bodhisattva que o entregue, o que ele nega com veemência. A ave insiste, explicando-lhe que aquele é seu alimento, daí sua necessidade. Boddhisattva, já não tão convicto, não entrega o pombo. A ave, então, suplica, dizendo que não pedira para nascer assim, para ser o que é, que se não se alimentasse naquele momento, iria morrer.

Bodhisattva não sabe o que fazer. Deixar que o gavião morra à sua frente, quando tudo o que quer é alimentar-se? Não. Entregar o pombo indefeso para a morte? Jamais. Eis que uma uma balança cai do céu e ele coloca a ave em um de seus pratos. No outro, coloca um pedaço de sua carne, cortada do braço. A ideia era dar ao gavião um pedaço de si, de modo a salvá-lo e também ao pombo.

A balança, entretanto, inclina-se para o lado do pombo. Bodhisattva corta mais um pedaço de sua carne, mas o fiel da balança continua inclinado para o lado do pombo. Ele corta mais e mais, porém, a balança teima em inclinar-se para o lado da ave. Num momento de desespero, pula para o prato e a balança, assim, equilibra-se como que miraculosamente. Uma vida por outra vida. O gavião metamorfoseia-se no deus Indra, dizendo que queria por-lhe a prova. Do céu cai uma chuva de ambrosia, que as feridas do Boddhisattva pensa.

Minha amiga Marcela deu outra noite com um vagalume preso em uma teia de aranha. Isso na varanda de sua casinha em Ouro Preto, onde conclui mestrado em filosofia. A noite era cálida e o vagalume piscava SOS. Que fazer? Ao perceber a aproximação humana, Dona Aranha cessa seus movimentos, parecendo ela mesma um pedacinho de madeira enredado na teia. Marcela sabe que, assim que der as costas, a aranha descongelar-se-á rumo a seu banquete. O vagalume pisca SOS.

O mais absurdo de tudo talvez seja que Marcela fora à varanda para fumar um cigarro, interrompendo estudos que faz sobre texto do filósofo Georges Didi-Huberman. O nome do texto? Sobrevivência dos Vagalumes, editado entre nós pela UFMG.

A vida não é cheia de coincidências, basta estar um pouquinho ligado, o que talvez demande um bocado. Ou um pouco distraído, como quem sai para fumar um cigarro numa noite cálida nas Gerais.

Friday, March 23, 2012

Ser Invisível, parte 3



É que Adélia, como aquela velha pobre de uniforme da empresa terceirizada responsável pelo volume da garrafa térmica, não existe.

Adélia não existe, vamos viver, vamos continuar como se ela não existisse, e, à força da prática, seu desaparecimento se dará.

Os defeituosos não existem. As crianças doentes, que têm síndromes e condições e necessidades especiais e o caralho a quatro não existem. A não ser, claro, para a indústria (melhor aqui seria falar em fabriqueta) paralela, parasita, miliciana, que cobrará 450 reais por um par de palmilhas porque sabe que Luna haverá de, forçosamente, pagar.

Um caso em especial não sai da cabeça de Luna.

Sabendo-se grávida, pensou em não ter o filho. Circunstâncias diversas, boas circunstãncias, fizeram-na optar pelo contrário. Uma dessas foi conversa de bar, em que um seu amigo, católico de boa cepa, prometeu-lhe total apoio, vamos ter esse filho e copos no alto para um brinde.

Quando foi diagnosticada a doença de Adélia, esse amigo, católico de boa cepa, desapareceu. Minto. Quem desapareceu foi Luna, ou entraria este texto em contradição. E, mágica inexplicável, desapareceram seu e-mail, seu telefone e mesmo seu prédio! (O amigo, católico de boa cepa, era também vizinho de bairro) Nem uma visita, palavra, mensagem. Na festa de um ano, claro, ele apareceu, porque é importante sair nas fotos. A diferença entre foto e filme.

Para estupefação de Luna, ainda cheia de vida e por isso com seu quê de ingênua, ela tornou-se invisível também para os pais desse amigo. Todos católicos de boa cepa, papa-hóstias, pagadores do dízimo, participantes do bazar pros pobres. Por três vezes -- três vezes --, esses senhores desviaram seus olhos de Luna, que lá vinha com Adélia no carrinho. Dia houve em que Luna cruzou com o pai do amigo, católico de boa cepa, no supermercado, vinham em direções opostas, na mesma ruazinha do mercado, agora ele vai me cumprimentar, mas o senhor, católico de boa cepa, jogou a cabeça para o chão, desviou os olhos, seguiu seu caminho.

Luna ficou chocada.

Tolinha. Não sabe Luna que o pai do amigo, católico de boa cepa, estava preocupado com as contas do dízimo da paróquia de Nossa Senhora das Dores? Não sabia ela que ele estava fantasiando um blowjob com aquela empregadinha que está dando mole pro sacristão?

Esqueceu-se ela que se tornara invisível?

Ser Invisível, parte 2



O sofrimento, pois, nos torna invisíveis. Experimenta perder um pai, se separar, perder o emprego. Ter um filho doente.

Com Luna foi assim, quando descobriu que sua filha tinha doença séria, rara e incurável. Em princípio, claro, tornou-se mais visível, quando vinham todos com vozes pesarosas dizer algo: o verniz das máscaras sociais. Depois tornou-se invisível. No escritório há colegas que de tudo fazem com os olhos para que estes não se cruzem com os de Luna. Porque o esbarrão de olhos, pensam, obrigar-lhes-ia a pergunta inevitável: "E como está a Adélia?". Aquela coisa pegajosoa e pastosa. Empurram Luna para a invisibilidade para depois comentar entre eles 'como ela está quieta, como guarda tudo para si, depois que soube a filha doente.' E assim vamos vivendo com os rótulos, que é mais conveniente.

Luna, ainda bem humorada, apenas pensava: "Funny, tornei-me Luna Nova. À minha revelia. Será fase?" E lembrava-se da Cecília: "Eu tenho fases / como a lua."

Ser Invisível, parte 1



Em Kid A, Radiohead expôs uma receita para tornar-se invisível na canção "How to disappear completely".

That there
That's not me
I go
Where I please
I walk through walls
I float down the Liffey
I'm not here
This isn't happening
I'm not here I'm not here

In a little while
I'll be gone
The moment's already passed
Yeah it's gone
And I'm not here
This isn't happening
I'm not here I'm not here


A leitura da letra mostra que não é bem uma receita, não se trata de um how to: o cara já está invisível, já atravessa paredes, já não está ali, a repetição é eloquente.


Receitas, pois, para a invisibilidade? Uma é certo tipo de uniforme. Não qualquer um, claro. Os faxineiros são invisíveis. Aquelas pessoas que preparam café e têm obrigação de manter as garrafas das repartições sempre cheias: invisíveis. Atravessam paredes, flutuam na escadas, não pesam no elevador. Atravessamo-las cotidianamente, elas não existem. Choramos em frente da televisão quando morre o Steve Jobs, vertemos lágrimas com o câncer do Lula, da Dilma, do José Alencar, mas não nos interessa se o faxineiro o zelador o almoxarife teve a casa devastada pelas águas de março (embora gostemos da música), se têm o irmão alcoolatra ou o filho doente. Não que sejamos insensíveis, é que elas não existem.

Aliás, o sofrimento é outra ótima receita para a invisibilidade. Aqui uma imiscui-se na outra, pois esses de uniforme sempre sofrem, daí seu ser invisível.

Sofrem, carregam sacolas,
pegam ônibus e trem em pé,
viajam em vans controladas
pela milícia de Magé.

Sunday, March 11, 2012

Pesquisar Botequins




Há pouco mais de um ano comecei minha pesquisa de botecos. Mas o que começou como uma flanação despretensiosa pelos botecos da cidade é hoje, para todos os efeitos, ainda uma flanação despretensiosa pelos botecos da cidade. Que outros - não eu! - a pedra cortem e livros escrevam e teses publiquem. Sou desocupado demais para isso.

O que não quer dizer, claro, que não haja método em minhas pesquisas. Pesquisas feitas, antes de mais nada, a contraponto, contraponto desses botequins novos, de grifes, ou velhos que se querem novos (suicídio) e se revestem de lajotas brancas para alanchonetarem-se.

Busco permanências, sobretudo de tempos que não vivi.

O que mais busco? Segue uma pequena relação, mesmo com o vago propósito de ajudar que me ajudem. Explico: encontrando o leitor destas linhas algum boteco com alguma destas características, por favor, avisem.

1) Azulejos antigos, sobretudo as combinações bicromáticas, como azulejos azuis e brancos.

2) Pinturas. Descobrir um Nilton Bravo, como recém aconteceu-me na Cinelândia, é para mim o que é, para o especialista em Biedermeier, descobrir um... Biedermeier. Mas outras pinturas também interessam.

3) Cobogós.

4) Botequim-armazém / mercearia.

5) Piso de azulejos hidráulicos.

6) Arquitetura interessante.

7) Cornos.

8) Motivos do Vasco.

9) Santos e / ou amuletos.

10) Objetos / cartazes chistosos.

11) Tipos humanos interessantes.

12) Bebidas ou itens culinários interessantes.

13) Azulejos ou pinturas mais recentes.

Segue abaixo um exemplo de cada, na ordem:













Friday, March 09, 2012

Gina



Em solitária noite de lua e gim, Gina decidiu deletar de seu perfil todos que não fossem verdadeiramente seus amigos.

O genocídio consumou-se em pouco menos de uma hora. Falsos amigos, amigos de amigos, ex-issos, ex-aquilos, eu não sou Roberto Carlos, Gina repetia de si para si enquanto aqueles perfis com suas fotos times preferências bandas dissolviam-se no éter.

Dos 728 amigos ficaram 5.

Para comemorar, Gina convidou-os para uma festa sábado à noite, coisinha íntima.

Como ninguém apareceu, deletou-se.

Thursday, March 08, 2012

Caio



Tola a minha estratégia de ler os morangos mofados ao léu, pulando as páginas ao acaso, porque os dois melhores morangos eram mesmo os dois primeiros, descubro em minha leitura matinal no ônibus.

Leio até entrarem duas mulheres que, a falta de lugares, postam-se de pé exatamente ao meu lado e põem-se a tagarelar. Irritante essa história de frescão deixar que passageiros viagem de pé. O 761 não deixa. Mais irritante pessoas acharem que, juntas, têm que falar o tempo todo. O incômodo do silêncio. Estas, para além de falar, roçam as nádegas em meu cotovelo e riem, como que a dizer estamos de pé, enquanto vocês estão sentados, reclinados quase deitados dormindo ouvindo música, mas nem por isso estamos tristes, aliás somos mais felizes que vocês, seus preguiçoso que cochilam e babam, vejam como rimos.

As nádegas roçam em meu cotovelo, as palavras roçam e invadem os morangos, de modo que é impossível continuar. Tenho ganas de pedir digníssimas senhoras, será que poderiam por obséquio fazer-me o imenso favor de calar a porra dessa boca? Não peço, claro, não faria isso depois de quatro doses de Ardbeg, imagina assim a seco, só com Nescafé no estômago.

De modo que desisto.

Fecho o livro, viro para a direita. O sol flamba suave navios e barquinhos na baía. Ao meu lado dorme um anjo de batom, boca levemente entreaberta. Seus seios lembram dois pombos miraculosos. Que voam.

Caio no sono.

Sunday, March 04, 2012

Aos 75, a 9a



Desça até o ponto de ônibus mais próximo e pergunte o que a palavra sinfonia significa e, mais importante, a que ela remete. Não se trata de um exercício de pedantismo / humilhação, mas tão-somente comprovar lugar-comum tão arraigado: música "clássica", sinfonias são coisas antigas, as últimas devem ter sido compostas no século XIX.


Claro que para tal visão contribuíram imensamente orquestras de todo o planeta, que teimam em focar seu repertório nos séculos XVIII e, claro, XIX. A "música de verdade".


O norte-americano Philp Glass, que neste ano fez 75 anos, chegou há pouco à sua Nona.


Minha história com Glass é longa e, ainda que não o escute e colecione de maneira tão compulsiva como faço com Michael Nyman, é uma história de paixão.


Em 1995, em Chicago, comprei seus quartetos, tocados pelo Quarteto Kronos. Minha ideia era a de que eu levava back home "música contemporânea, difícil", mas eu iria me esforçar, ouvir repetidas vezes, até que eu, um não-músico, pudesse ao menos assimilá-los. Gostar já seria outra história.


A primeira audição do quarteto # 5, que abre o disco, me deixou completa e irreversivelmente chapado. Comentando com alguns alunos, em momento de descontração, disse que, final de semana passado, eu tinha visto Deus, o que causou grande espanto no André, um deles. Mas como assim, viu Deus? Bem, se não for pela revelação, pela epifania, pelo sublime, como definir aquela música?


Já se disse que o Kronos (ou o produtor do disco) foi esperto o suficiente para não dispor os quartetos no CD em ordem cronólogica. Ou seja, deixando os quartetos iniciais, mais estritamente na linguagem minimalista, para o final. Mas mesmo que o segundo ou o terciero abrissem o disco, o meu caso de amor com a música de Glass não teria mudado muito. Aliás, o terceiro (Mishima) me persegue tanto, a ponto de, em dezembro de 1999, visitando o campo de concentração de Terezín, na república Tcheca, só conseguir pensar nele como possível trilha-sonora para o que então via.


Philip Glass chega à Nona, e existe a maldição da Nona, mais ou menos como a maldição do 27 no rock. A Nona vitimou Beethoven, Schubert, Bruckner, Dvorák, Schnittke e Mahler que, ciente dessa história, fez de tudo para enganá-la compondo uma Canção da Terra. Depois completou a Nona e deixou a Décima incompleta. Ou seja, para todos os efeitos, a sua última sinfonia completa foi mesmo a Nona.


Mas Glass não vai parar por aí e superstição é para os tolos. O vegetariano que acorda cedo e trabalha muito e faz as suas próprias pizzas já está com a décima a caminho.


Naturalmente não conheço toda a sua obra. Mas, do que tenho, ouço e conheço, minhas favoritas:


Um quarteto? O quinto

Uma sinfonia? A segunda

Uma ópera? The Juniper Tree

Uma trilha-sonora? Aqui tenho que trapacear, pois me é impossível decidir entre Koyaanisqatsi, Mishima e As Horas.

Saturday, March 03, 2012

Menino com Melancia


Nada conhecido entre nós, o catalão Antoni Clavé pintou este belo menino com melancia (1947) que me agrada um bocado. Não é difícil encontrar Picasso aqui, sobretudo seus arlequins. O menino de Clavé, entretanto, é mais que sério, é mesmo algo sombrio. Em que pese a criança, em que pese a tropical melancia, o tom geral é triste, não? Belo quadro.

Thursday, March 01, 2012

Rio de Janeiro, Cidade Histórica

Certa vez Pedro Nava perguntou ao Rodrigo Melo Franco de Andrade qual era, em sua opinião, a cidade brasileira mais rica em termos de patrimônio histórico. Qual? Ouro Preto? São João del Rey? Olinda? Recife? Salvador? Rodrigo respondeu: o Rio de Janeiro.


E olha que não estamos falando de dois quaisquer, ou de um blogueiro com veleidades bairristas. Trata-se de Pedro Nava que, embora juiz-de-forano, foi dos que mais conheceram e amaram esta cidade, e Rodrigo de Andrade que, junto ao Mário, foi um dos idealizadores do Patrimônio Histórico.


E é vero. Não temos um conjunto tão homogêneo como Ouro Preto, mas o que (ainda) há de maravilhas por aqui é simplesmente fantástico. Abrir os olhos. E ajudar a preservar.


Glória

Estácio

Santo Cristo

Rio Comprido

Bom Jesus do Monte


Vila Isabel

Morro da Conceição

Caju

Nossa Senhora da Cabeça

Santa Teresa



Alto da Boa Vista


Praça da Bandeira

Pedra do Sal


Usina

Morro de São Roque