Imagine uma cidade que guarda seu marco de fundação, bem como o túmulo de seu fundador, em uma igreja que é, nada mais nada menos, a de seu santo padroeiro.
Imagine esta cidade envolvida em batalha sanguinolenta contra um inimigo cruel. Que faria este inimigo ao se apossar destes tesouros - marco, túmulo, igreja? Naturalmente os destruiria, na tentativa de apagar a história da cidade e a cidade da história, deitando em seguida sal grosso sobre o solo para que nada mais nele vicejasse.
Esta cidade, meus caros, existe, atende pelo nome de Rio de Janeiro e o inimigo são seus próprios governantes que muito fizeram para obliterar sua história. Se não, como entender a derrubada do Morro do Castelo em 1922? Como entender que a existência da igreja dos capuchinhos, dedicada a São Sebastião e guardiã das relíquias de Estácio de Sá, não fosse motivo para poupá-lo? Isso em 1922!!! Ah, Mário, não te culpo, pois estavas apenas começando...
Fica o consolo que o túmulo de Estácio de Sá e o marco da fundação vieram para a igreja nova dos capuchinhos (construída para este fim?), localizada na Tijuca.
Sempre tive preconceito em relação a esta igreja. Achava-a grandona demais, abrutalhada, mal proporcionada.
Ela continua grandona, não lembra as atuais barcas Rio-Niterói? Mas seu interior é lindo! Neobizantina! Veneza a queimar na Haddock Lobo! E com belíssimos vitrais!
E aqui, em 5 de março de 1960, casaram-se o tímido Hélio de Almeida Domingues e a menor Maria de Lourdes von Sydow, que o amava, é verdade, mas que queria mesmo era sair de casa.
Abençoaram-nos Estácio, capuchinhos e Tião com uma enchente que, nas palavras da mãe, inaugurou a temporadas das águas de verão desta muy leal cidade.
2 comments:
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to adorando seus posts sobre patrimonio, alias, adoro tb aqueles sobre botecos... sinto falta, porem, do tema Dante ;)
beijo e saudade
ps. nao vai migrar pro FB nao?
linda!
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