Alguns bairros têm isso: bairros dentro de bairros. A Tijuca não tem Muda, Usina, Largo da Segunda-Feira? É tudo Tijuca. Jacarepaguá não tem Praça Seca, Taquara, Gardênia Azul, Anil? É tudo Jacarepaguá. Pois São Cristóvão tem sua Santa Genoveva.
A Santa Genoveva que eu conhecia era a do alto de uma colina parisiense, a que se chega, doucement, subindo a Mouffetard. A santa é padroeira de Paris, coisinha à toa. Isso mostra como, ainda em 1917, queríamos os cariocas ser parisienses. Depois das guerras, passamos a querer ser outra coisa.
A entrada hoje tem aquelas grades horrorosas e guarita. Pode-se entrar, conquanto que se deixe documento de identidade e não se tire foto. Percebam que acedi a 50% das requisições.
O "bairro", a "vila", é, de fato, um oásis, com direito a um templo católico grande demais para ser capela, pequeno para igreja. Como uma novela, grande demais para conto, curto para ser romance. Uma capela novela.
As casas, que existem desde 1917, passaram, em sua grande maioria, por grandes transformações. O que se entende. São, creio, comerciantes, majoritariamente portugueses, que prosperaram silenciosos e adornaram suas casas com o mau gosto que puderam. Imagino mesmo a surda competição que não terá havido entre eles.
Mas quem enfeiou, enfeiou, quem não o fez, não faz mais. As poucas casinhas originais foram tombadas.
2 comments:
Sendo eu um amante das coisas antigas, me identifico com esses lugares que parecem cheirar a passado...
Sim, Thiago, tenho outras.
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