Como foram desfigurados os bairros da Zona Portuária, por meios de sucessivos aterros, reformas modernizantes (o Bota-Abaixo do Pereira Passos tem início aqui), e, posteriormente, grandes obras como a Perimetral e a Presidente Vargas. Mas (ou por isso mesmo???) ainda conservam um bocado de charme. Mas charme difícil, não aquele charme multicor do Pelourinho, de Tiradentes ou do Mercado Municipal de São Paulo, charme para turista que expulsa os moradores históricos para longe. O charme daqui é feito de decadência e ruínas, e aqui é impossível não lembrar de conversa que tive com o ilustrador goês Mário Miranda, em seu casarão secular decadente: "Gosto da decadência".
Também eu. Tenho mesmo medo (egoísta?) da "revitalização" prometida para esta área, com Vila Olímpica, plano inclinado e outros que tais. São não desejo, claro, que derrubem os casarões. E as casinhas. No mais, por mim ficam assim os galpões, os trapiches, os armazéns, as fábricas, alguns fechados, outros em funcionamento. E, assim, neste charme decadente, a que não falta forte componente de resistência, seja das construções seja dos moradores, encontram-se pequenas jóias (e algumas grandes, como o Cemitério dos Ingleses e a Escola José Bonifácio). Malconservadas, porém não menos jóias.
A igreja que dá nome ao bairro é isenta de grandes interesses em seu interior, mas uma fachada em que há imagem envidraçada é rara por estas terras. A imagem francesa do chafariz da praça, A Fonte da Criança, executada em Val d'Osne como muitas outras desta cidade, só faz aumentar a beleza externa do templo.
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