Estive no Morro do Pinto, na busca do Bar do Carlinhos, que já foi do Manoel, que já foi armazém, construído em 1910, reformado em 1922, que é a data do frontão encimado pela águia.
O boteco é dos sonhos. Velho, de um despojamento franciscano absoluto. A imponência (decadente, é verdade) da fachada contrasta com o interior, pobre em atrativos aparentes, rico em segredos. Localização ímpar. Quase nada para comer, só o trivialíssimo para beber. Dois papagaios, Dunga e Taffarel. Nas prateleiras, onde deveriam figurar bebidas, temos, err, produtos de limpeza. Ainda assim, dos sonhos.
Tomo cervejas, ando ao redor. Na hora de fechar, puxo assuntações, e sou bem recebido. O dono e o amigo estendem copo para mim, conta da casa. A dona me fala de projetos de reformas, ao que esboço leve protesto. Como conhecem bem as cercanias, as palavras são valiosas. Na empolgação, prometo comemorar um meu aniversário ali, só que com Heinekens, ao que não objetam. Fica o croqui do plano.
João do Rio, em seu clássico As Religiões no Rio, disse que "no Morro do Pinto, a feitiçaria impera". Já não saberia dizer se há feitiçaria, mas com certeza há feitiços. Que los hay, los hay.
1 comment:
Olha... quando, algum dia na vida, eu for passar uns tempos no Rio, vou levar teu blog no bols como guia!
Apesar de já estar visitando todos estes lugares com direito a muita comida e bebida!
Ótimo!
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