Saturday, February 24, 2018

Uma IPA na Índia ::: Crônicas Indianas XI



Claro que eu tinha que tomar uma IPA na Índia, não apenas por ser doido por elas mas porque er.... eu estava na Índia, a razão de este estilo existir, já que os colonos não podiam ficar sem sua cerveja e, para que esta aguentasse a viagem sem going off, a solução encontrada foi tacarem lúpulo. Aquelas descobertas 'acidentais' da história da gastronomia, mais ou menos como os queijos cremosos franceses ou o vinho do porto.

Não foi fácil e só consegui em minha última noite em Déli. Em primeiro lugar porque, sim, eu estava muitissimamente mal acostumado com Goa,que tem uma legislação muito mais tolerante para com o álcool. Lá esbarra-se em Kingfishers o tempo todo e, procurando, bebe-se do poderoso feni, aguardente de caju, à vontade. No norte da Índia, a coisa é diferente: entra muitas vezes aquela história de que não se pode servir / consumir álcool perto de templos e, bem, em que lugar da Índia você consegue estar distante de um altar dedicado a Shiva ou de uma mesquita?

De modo que valorizei muito cada Kingfisher encontrada. E que é, de fato, uma pilsen muito honesta.

Mas faltava a IPA.

Veio na última noite em Déli, no The Beer Café, uma rede de pubs com cervejas do mundo mais ou menos triviais. Quanto às artesanais... bem, longe de ser um nirvana, um passeio pelas estrelas com Ganesha ou que me fizesse dar pulos com Hanuman. A IPA provada foi a da Bira 91, simpática porém com muuuuito caramelo. Da torneirinha bebi uma wit, simpática também. E só.

Em minhas pesquisas descobri uma IPA em Jaipur de nome Thornbridge, que o teimosíssimo garçom do maravilhoso restaurante Handy não somente desconhecia como não acreditava em sua existência. Mesmo depois de eu mostrar-lhe a foto na internet.



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