Para começar o ano com estilo, abro, já em 1/1/11, uma Nora, estupenda cerveja da italiana Baladin.
O Piemonte é lugar de vinhos, dos clássicos BBB: Barbera, Barolo, Barbaresco. Nunca me esquecerei quando lá estive em 2001: como os dois últimos, quando dos grandes produtores como o Gaja, são troppo caros, mesmo lá, caímos de boca nos Barbera: untuosos, tânicos, encorpados a ponto de serem mordidos.
Mas Teo Musso, dando as costas à tradição, quis é fazer cerveja, transformando, em 1996, seu beer pub em brewpub e, num país de Peronis, Nastro Azurros e Morettis, as sensaborias equivalentes às Skol e Brahma daqui (não tão ruins, claro), deu para fazer birras desafiadoras. Hoje é um dos cervejeiros mais carismáticos e criativos da Itália, da Europa, do planeta.
Ele toca música para seus levedos durante o processo de fermentação, acreditando conseguir melhores resultados.
Consegue. Esta Nora (6,8%) é inspirada no Egito antigo (no rótulo lê-se birra egizia, que delícia!), utilizando grãos de camala, gengibre e.... mirra! Isso mesmo: mirra! Não estão os reizinhos a caminho de Belém? Pois mais um pretexto para se tomar a Nora. Leva ainda resinas etíopes, o que lhe confere certo amargor balsâmico. Estas resinas entram aqui quase em substituição total ao lúpulo que, enfim, entra na receita só por conta da legislação, isto é, para que se possa chamar a Nora de cerveja.
Ótima carbonatação, notas cítricas no nariz (por causa do gengibre?). Na boca lembra de leve uma gueze belga, mas é mais doce, menos seca e, claro, mais doce.
Esta é a Nora que sogra sofisticada nenhuma rejeitará...
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