No dia 18 de setembro do ano passado, fomos minha irmã Dani e eu ao III Encontro dos Cervejeiros Artesanais do Rio de Janeiro. O evento cresceu um bocado. Desta vez foi na quadra da Estácio. Chegamos antes do começo, já havia uma galera na porta. Poucas horas depois, o lugar estava durinho de gente. A nata dos apreciadores e produtores de cervejas artesanais estava por lá, claro: Mestre Botto, Tatiana e a galera da FemAle, meu amigo catarina Feijão, o grande conhecedor Edu Passareli, até então amigo apenas virtual, e muitos outros.
Pintos no lixo, Dani e eu corríamos pra lá e pra cá, qual crianças no recreio. Já de barriguinhas cheias (de comida também), damos com um pessoal sentado, quietinhos, com a cerveja que fizeram e trouxeram. Provamos, amamos, por lá ficamos sentados um bom pedaço. O fazedor das cervejas atende pelo nome de Daniel Bode, cujo contato ciosamente guardei.
Passados meses, graças ao contato pelo orkut (e tem gente que diz que é besteira... besteira é achar besteira), consigo com ele espécimes recentes de sua produção: duas Rauchbier (cerveja defumada) e uma Trimel, neologismo que ele cunhou para batizar sua tripel com mel.
Ambas as cervejas estavam excelentes, em especial a rauch (na foto, no copo da Gulden Draak). Talvez tenha faltado algum corpo à trimel, mas isto, por outro lado, conferiu-lhe maior drinkability. A rauch estava perfeita, desde a carbonatação até o indefectível sabor com notas de bacon. E olha que de rauch entendo um pouquinho, já estive no berço delas: Bamberg, na Alemanha (tem post aqui no blog a respeito).
Não vou dizer a tolice que normalmente se diz: "Poxa, não ficam nada a dever às cervejas industriais...". ?!?!!? Ora, cerveja artesanal bem feita aqui no Brasil será sempre superior a esses refrescos de cevada cheios de arroz e milho que a mídia nos impinge goela abaixo...
Parabéns, Daniel, pelo excelente trabalho!
5 comments:
Não curto cerveja tanto quanto a maioria, mas ainda sim tenho curiosidade pela cultura por trás. As origens europeias da maioria dessas bebidas são sempre fascinantes.
ps: Não sabia que era conosseur de cervejas também.
Assim todo mundo vai saber que eu gosto pouco de cerveja...
2010 tem mais!!!!
Hi hi hi adorei!!!!
Daniel me forneceu algumas informações:
"Quanto à trimel, resolvemos fazer uma tripel (meu estilo favorito) em dezembro. Na hora da lavagem do bagaço calculamos a quantidade de água erradamente para mais.
Pretendiamos fazer uns 40 litros de uma tripel bem forte (algo como 1095 de OG oq renderia perto de 10,5% de alcool), pelo erro ficamos com cerca de ~1072 de OG (oq nos rendeu 8,2% de alcool salvo engano).
O estilo tripel, segundo a BJCP teria que ter entre 1075 e 1095 de OG, de fato ficamos abaixo do limiar mas chegamos perto hehehe.
Outro detalhe é que com a litragem extra não tinhamos fermento belga suficiente e tivemos que improvisar 20 litros com uma cepa não tão boa para o estilo (infelizmente como sobraram poucas garrafas a que sobrou e te enviei era desses 20 litros."
Fala cara! Visitei o seu Blog por indicação da minha grande amiga Joyce Nahoum. Ela comentou que você é um "apreciador de cervejas"... Eu também gosto muito de umas cervejas especiais e há mais ou menos 1 ano comecei a estudar o processo de produção artesanal, com 2 amigos. Em agosto do ano passado fizemos a nossa primeira leva, uns 40 litros de Golden Ale. A drikability ficou ótima, no entanto acho que o fermento não era dos mais adequados... Usamos o WB-06, que fez a cerveja me lembrar uma weiss. Depois disso fizemos uma wit bier e uma Dubbel, e estamos com "algo" maturando (eu nem quero falar de estilo até abrir a primeira garrafa rsrs).
Cara, amigo da Joyce é amigo meu fácil, e gostando de cerveja então... Se quiser entrar em contato, meu e-mail é rodrigomizumoto@hotmail.com
Abraço!
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