Bem, sou um homem que jamais vestiria camisa do Vasco com propaganda da Havan, mas aqui traí meus idealismos e, sim, fomos a Famagusta (ver aqui), porventura a cidade mais interessante da parte ocupada e destaque da viagem.
Contribuiu para a traição o fato de o Chipre não estar correspondendo às nossas expectativas bem como o fato de não termos conseguido visitar lugares por que ansiávamos, como as montanhas Troodos.
Então, vamos a Famagusta. Embora estivéssemos na pouco interessante Larnaka, teríamos que passar por Nicósia, porque ali haveria um posto fronteiriço que poderíamos atravessar a pé. E assim foi: de Larnaca a Nicósia e de lá atravessamos a fronteira.
Me recuso a dizer que é um outro país, que aí seria trair demais, mas de fato tudo muda, é impressionante. Não apenas detalhezinhos mínimos como língua, arquitetura, religião, culinária (a doçaria!), tipos humanos, mas de súbito suco de romã por toda a parte e, pior, sai de cena a KEO para dar lugar à onipresente EFES, pilsen turca maravilhosa sobre a qual já escrevi aqui. E nada de letreiros russos, nada de arranha-céus, nada de centros antigos transformados em espaços insípidos. Estamos num lugar muito interessante e que, de quebra, tem ainda a portentosa ex-catedral de São Nicolas, onde os reis de Jerusalém eram coroados, e ainda o castelo de Otelo. Otelo, o mouro de Veneza, o próprio.
Não é pouco