Sunday, January 05, 2020

Fazenda Santa Catarina : A gente não vê o virar das horas


Uma viagem pelos sertões / gerais do Norte de Minas em busca de rastros da vida e obra de Guimarães Rosa irá deter-se exata e basicamente nisto: na vida do autor (a célebre boiada de 1952) e na obra (locais citados em Grande Sertão: Veredas e contos).

Lugares como a Fazenda Tolda (aqui) e a Vereda São José são importantes por fazerem parte da boiada e estarem registrados na caderneta. Lugares como o rio de-Janeiro (aqui e aqui) e Guararavacã do Guaicuí ganham proporções míticas por serem mencionados em momentos-chave do romance: no de-Janeiro Riobaldo conhece o menino Reinaldo, Diadorim. Em Guaicuí ele descobre que o ama de amor mesmo.

Bem, a velha Fazenda Santa Catarina preenche os dois requisitos de interesse: fez parte da boiada, pois lá Rosa, Manuelzão, Zito, Bindóia e outros pernoitaram no alpendre, e do romance: aqui morava Otacília, a noiva de Riobaldo que o esperava enquanto ele guerreava contra hermógenes e contra sentimentos esquisitos que o devoravam.

Então é adentrar na Fazenda Santa Catarina e sentir vontade de se ajoelhar.

A fazenda já teve fama de assombrada, confirmada pelo seu atual dono, Wilson Mendes. Sua mulher Terezinha desdenha: "Cheguei por aqui e esparramei com as assombração."

E é ela quem nos mostra a cafeteira que fez e serviu o café para Rosa.

Se isso não é quase assombração










 




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