Sunday, June 23, 2019

O de-Janeiro e a Casa de D. Vera



Conversei com Brasinha, em seu museu-de-tudo em Cordisburgo (aqui) por comprida meia-hora, em que ele me falou que das coisas de que mais gosta na obra do Rosa é isso dos lugares, dos nomes dos lugares, e falou na Serra das Araras e do Córrego Batistério, que ele achava que tinha esse nome no romance porque ali como que se dá o batismo do Riobaldo na jagunçacem e depois ele descobre a sempre existência do córrego com esse nome. É tudo ligado.

Comigo é o mesmo. O ponto alto desta minha segunda viagem ao sertão do Rosa foi conhecer o Rio de-Janeiro, lugar mítico na obra por ser o encontro primeiro entre Riobaldo e Diadorim, eles meninos ainda. Riobaldo apavorado que a canoa podia virar (canoa de peroba, que, ao contrário das outras, se virar afunda) e ele não sabia nadar. Diadorim tampouco sabia nadar, mas dá ordem ao canoeiro, uma palavra só, firme mas sem vexame: -- 'Atravessa!'

O menino Riobaldo andava por lá esmolando, a pedido de sua mãe que fizera promessa caso ele sarasse de doença. Ele lembra: "é uma beira de barranco, com uma venda, uma casa, um curral e um paiol de depósito".

Pois essa casa existe e nela moram Dona Vera e o cachorro Marimbondo. Uma casa muito velha, casa fora do tempo.

É sentir amor daqueles que doem












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