Saturday, March 16, 2019

Crônicas Amazonenses III :: Uma árvore toda ela Japiim



Quem leu Tristes Trópicos não esquece que, lá pro final, Lévi-Strauss narra experiência que teve entre os tupi-cavaíbas: o chefe Taperahi, deitado na rede, representa uma peça de teatro, "ou, para ser mais exato, uma opereta, com mistura de canto e texto falado".

O enredo desta peça / opereta gira em torno das aventuras do pássaro japiim, japim ou xexeú que, ameaçado por outros bichos, se defende, mistifica-os de diversas maneiras e acaba por vencê-los.

Eu sempre quis saber como era o canto desse pássaro e, para grande alegria, encontrei-o em profusão por aqui: seus ninhos de ponta-cabeça nos margens e igapós do Rio Tupana e numa comunidade ribeirinha, numa árvore de resto habitada por solitária arara azul.

Mas não só. Eles em profusão também em Manaus, em algazarra nas árvores de Ponta Negra, centenas de operetas simultâneas.



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