Tuesday, September 11, 2018

Rosa, Soberbo


Preciso como minha vó contando seus causos: esquecia tudo. Pois: sei que foi um escritor brasileiro falando de um francês e o que dizia era: invejava quem nunca o tivesse lido porque aí poderia fazê-lo pela primeira vez.

Possível que fosse Jorge de Lima ou Murilo Mendes falando de algum escritor católico, talvez Bernanos.

Eu sentia assim em relação a Guimarães Rosa, pois quando descobri de amar li tudo de uma vez só, li e reli, que sou assim completista

Faltavam "Os Chapéus Transeuntes".

No Dia dos Namorados deste ano almoçamos e depois esbarrei num sebo, desses de calçada, onde comprei Os Sete Pecados Capitais, 1964, em que cada romancista escreve sobre um pecado.

O primeiro é precisamente o já então consagrado João Guimarães Rosa, a tratar da soberba. Deixei para o final e quando a ele cheguei, já animadíssimo com a alta beleza dos outros seis pecados, a cargo de Mário Donato (ira), Guilherme Figueiredo (gula), Carlos Heitor Cony (luxúria), Otto Lara Rezend (avareza), José Condé (inveja) e Lygia Fagundes Telles (preguiça), foi para encontrar nonadas assim:

Eu queria que ela quisesse, que aquiescesse, que viesse, longe dos outros, só para me comigo, igual à minha ternura, só para mim.

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