Friday, May 18, 2018

Lúpulo Mantiqueira, 100% Brasileiro


Tinha grande curiosidade de beber uma cerveja feita com lúpulo brasileiro, pois se trata da primeira vez na história em que se fez cerveja por aqui usando-se um lúpulo nativo. O lúpulo, vocês sabem, é trepadeira dos países frios, de que se usa a flor feminina para conferir amargor à cerveja. Sendo também um conservante natural (o que explica a origem das IPAs), o adorável lúpulo faz dispensar os conservantes químicos,que nada agregam de bom à bebida.

Se não me engano, a Baden Baden foi a primeira a produzir com o lúpulo mantiqueira, assim batizado por ter nascido como que por acaso, espontaneamente, em uma fazenda na adorável São Bento do Sapucaí (aqui). Espontâneo ma non troppo: não se trata de passarinho que papou o lúpulo na República Tcheca e fez seu cocozinho por aqui. Não. Rodrigo Veraldi já tentara plantar a trepadeira. Não vingou, ele desistiu, descartou a planta. Passado algum tempo, ela cresceu.

Então, no TremBier, o festival de cerveja de Tiradentes, demos com a Timboo, de Juiz de Fora, com a sua Mantiqueira, uma Brazilian Pale Ale, feita também ela com o lúpulo mantiqueira.

A história é ótima e a iniciativa, assim esperamos, seja verdadeiramente ensejo para uma grande produção futura. Isso não significa dizer que a cerveja em questão fosse uma maravilha. Indecisa entre IPA e sour, muito seca, não teve o amargor esperado. No nariz, tampouco impressionou muito, embora sentíssemos frutas vermelhas. Falta acertar. Coisas de terroir talvez.




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