Friday, February 03, 2017

Crônicas Sul-Africanas II :: Beijando a Acid Queen



 
Ali na pontinha da África dar de boca e nariz com a Acid Queen, aquela alucinada a quem os já exaustos e frustrados pais do Tommy confiaram os cuidados. Na esperança de... cura. E aí dá-lhe banho de ácido e outras drogas.

A história é interessantíssima. A cerveja que a Woodstock Brewery fez a partir daí não o será menos. Andre Viljoen produziu um estilo raro, na esperança de quebrar regras e limites. Ele ficou contentíssimo que eu conhecesse a história do Tommy, dizendo que todas as cervejas ali eram sexo, drogas e rock and roll. Deu-me inclusive dica de como driblar a acidez, misturando com alguma soda, que eu majestosa e educadamente declinei. Eu queria o encontro com a Acid Queen assim sem intermediação.

Se a Acid Queen 'curou' Tommy é até hoje motivo de intermináveis debates. O que fez ela de mim talvez um dia o seja.

Acid Queen :: uma kettle-soured beer, brassada e armazenada com granadilla. A cor é embaçada e a carbonatação generosa produz belo colarinho. No nariz, frutas, mas não a esperada granadilla. Na boca, muita acidez, no início, meio e fim. Os lactobacillus, claro, me lembraram as saison belgas. Drinkability difícil, no limite. Mas isso Pete Townshen já previra há 50 anos:

Give us a room and close the door
Leave us for a while
Your boy won't be a boy no more

Amei de paixão 







No comments: