Os afrescos de Nilton Bravo que descrevi como os maiores e seguramente os mais espetaculares do Rio (postagem aqui) estão no Colégio Santa Marcelina, no Alto da Boa Vista, na unidade conhecida como Castelinho.
Para começar a funcionar no Rio em 1939, o Colégio Santa Marcelina adquiriu uma mansão do século XIX que pertencera a Mark Sutton, engenheiro e diretor de fábricas inglês. A unidade que vemos desde a rua é de 1940 e nela funcionam hoje os Ensino Fundamental e Médio. Na antiga mansão, carinhosa e apropriadamente chamada de Castelinho, funciona hoje apenas a Educação Infantil. Aliás, que ali fiquem os pequeninos é também apropriado, de vez que é um ambiente de contos de fadas.
O Castelinho dista quase um quilômetro do portão de entrada, isolamento que contribui muito para o fascínio do passeio.
Até onde pude apurar, Mark Sutton, natural de Yorkshire, chegou ao Brasil em 1889 para supervisionar a Fábrica de Tecidos Carioca, no Horto. Trabalhou também na Fábrica Bangu, na Fábrica Cruzeiro, no Andaraí, e na Companhia América Fabril, que sucedeu a Carioca.
É lícito supor, portanto, que o Castelinho seja dos anos 1890. A minha suspeita de que os afrescos do pavimento superior não sejam dos Bravo (pai e filho) ganha força, não apenas devido à ausência de assinatura, mas sobretudo pela diferença de estilo, mais rebuscado e ainda mais europeizado. Há outras pinturas em salas contíguas ao espaço principal e na capelinha que não são Bravo com certeza. No pavimento superior, há ainda uma sala com lindos azulejos e um afresco em péssimo estado, irreconhecível mesmo. Minha suspeita é a de que as pinturas do pavimento térreo também estivessem em péssimo estado e então encomendaram (anos 60?) aos Bravo um trabalho inteiramente novo.
Porta da capelinha |
idem |
idem |