Thursday, February 11, 2016

A Nagy Füzet ::: Obra-Prima Húngara



Eu e meu amigo Felipe Barroso temos dívida histórica para com o húngaro. É que quando ele cismou de ir à Hungria, achou, acertadamente, que a coisa mais natural a se fazer antes da viagem era falar com Paulo Rónai. Ao ligar para ele, o grande tradutor que adotou Nova Friburgo como pátria, perguntou-lhe com voz grossa "O senhor fala húngaro?".

Virou piada interna. Anos se passaram e eu também fui, mas até hoje só continuo sabendo duas palavras, quais sejam, sör (cerveja) e köszönöm (obrigado) que, convenhamos, já dá para um bocado, ainda mais nesta ordem.

Mas ao assistir ao soberbo filme A Nagy Füzete e descobrir que seu nome em português virou O Diário da Esperança, decido que, a partir de hoje, começo as lições do idioma magiar nem que para isso eu recorra ao sleep learning, isto é, coloque os romances do Sándor Márai (aqui) debaixo do travesseiro.

O filme é uma obra-prima. Tem de tudo, menos esperança. Junto ao alemão O Tambor (1979) e ao russo Vá e Veja (1985), a trilogia perfeita de filmes envolvendo crianças e Segunda Guerra. Mas tem que ter estômago.


1 comment:

Ivo Korytowski said...

Húngaro é difícil, não é latino, nem eslavo, nem anglo-saxônico... Um idioma diferente de tudo. A antologia de contos húngaros do Ronai é uma maravilha...