Friday, May 22, 2015

Minhas Máscaras



Enfim penduro as minhas máscaras do Cariri e não sem susto descubro ser este muquifo o seu quinto lar. As minhas máscaras do Cariri, adquiridas em mítica viagem em janeiro de 1992. Morto, sozinho no Hades sem Caronte, Orfeu ou Virgílio, empreendi viagem a Fortaleza e, de lá, ao Cariri, de ônibus, de onde trouxe meus pequenos moais de semblantes indecifráveis.

De lá trouxe também pequena imagem de madeira, a quem batizei de Tatarana. Não sei por qual vereda se perdeu. As máscaras hieráticas e esfíngicas, verdadeiras monalisas, as retenho até hoje ou serão elas que a mim retêm.

Não sei ao certo seu sexo, se kouroi (κοῦρος) ou korai (κόρες), é provável que um e outro, uma e outro, um e outra.

Em suas passagens por Grajaú, Pendotiba, Ingá, Ingá e novamente Grajaú, viram já alguma coisa, é verdade, e por vezes terão arregalado inda mais seus olhos extáticos e decerto por outras terão querido fechá-los.

E hoje cá estão ao alcance dos meus olhos. Passados 23 anos, ainda um susto.


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