Tenho a mão direita quebrada, conjuntivite nos dois olhos e dor de cabeça, do que acredito ser (inédita até então) sinusite, já que o nariz dói se o aperto, como se nele crescessem espinhas. Ou espinhos. Tá, de acordo que dá pra viver sem apertar o nariz, mas o desconforto é o mesmo.
Agosto é uma lagarta lenta a caminhar no pixe quente, deixando atrás de si seu visgo.
Estou no 996, que agora é 751 (mas isso foi antes de agosto), voltando de reunião enfadonha em que muito se fala, pouco se ouve e turnos de fala são disputados.
De súbito saímos do túnel. Saúdo minhas figueiras ancestrais do Catumbi e logo estamos rasgando o Morro da Providência, atravessando casas e seus homens e mulheres.
Escondo-me atrás de lentes escuríssimas, de meu iPod e de minha tipóia. E como toca em meus ouvidos um solo de guitarra maravilhoso e infinito, e como na fachada das casas velhas há santos em losangos de azulejos, e como um sol velho e gordo agoniza por detrás do morro (o crepúsculo é sua carta de suicida), sinto-me vivo, muito vivo.
E feliz.
4 comments:
coitado do teacher... tá expurgando todos os pecados dessa e de todas as vidas... mas fica calmo! só mais 4 dias
:)
lendo o post, vi-me sentada ao teu lado, olhando pela janela os santos em losangos de azulejos.
Nossa! Sufocante este, hein!
Ainda bem que podemos respirar aliviados no final:"e feliz".
Evandro. Depiis de algum tempo sem dar um pulo aqui no Blog, li este seu post. Caramba Evandro! Quantos contratempos e problemas de saúde! Desejo-lhe sinceras melhoras e que fiques definitivamente imune à conjutivite! O ar também está muito seco! Deve ser muito desconfortável! Melhoras. Abraços, Rafael
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