O título do post saiu-me assim: decassílabo sáfico perfeito. Mas isto nem soneto ou poema será.
Saudades de Goa.
A saudade maior, hoje, não é dos mercados, nem de Utorda, nem de Shantadurga, nem do caminho Dona Paula-Pangim, nem do Franco, nem do Prainha, nem dos cheiros, nem do nan nem parata, nem do tandoori, nem das igrejas muito brancas, muito velhas, nem da profusão dos nomes em -im e -em, nem de falar "Deu borém kurum", nem dos tulsis, nem das livrarias, nem da Kingfisher, nem dos tuc-tucs, nem dos vendedores insistentes, nem dos cacos portugueses, nem dos poços, nem dos sáris, nem das crianças, nem das vacas, nem dos búfalos, nem das motocicletas (terei saudades das motocicletas?), nem das cruzes cicatrizadas nas peles, nem das peles.
A saudade maior hoje é dos corvos. Dos corvos que me acordavam pela manhã.
(Se bem que aqui nem deu 6 horas e já temos cigarras).
5 comments:
dos corvos? mas logo dos corvos???
jah eu os quero bem longe! nao aguento mais ser acordada por esses gritos irritantes.
das cigarras eu sinto falta... quer dizer, do barulhinho delas.
beijoca e sorry again pela falta com as bolachitas :(
Eriquinha,
corvos, cigarras, letreiros de açougue... A poesia sopra onde quer.
Adorava urubus quando era criança... vai entender... mas amava as cigarras, já segurei uma em minhas mãos. Pena q naquela época não havia digitais. E como não me esquecer... fireflies... Esqueci em português!!!! AMAVA!!!!!!!!!!!
VAGA-LUME!!!!!
Sim, Goa é assim mesmo: vicia
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