Sunday, October 21, 2018

#EagoraTSE?



E agora, TSE?
A farsa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
o dia esfriou,
e agora, TSE?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que não faz versos,
que odeia, protesta?
e agora, TSE?


Está sem amor,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
torturar isso pode,
o dia esfriou,
a noite instalou-se,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, TSE?

E agora, TSE?
Sua difícil palavra,
seu instante de febre,
sua gula e prosápia,
sua biblioteca vazia,
sua lavra de ouro,
sua toga de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?

Com a bíblia na mão
finge abrir portas,
não existem portas;
quer matar no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Miami,
E o dólar tá caro.
TSE, e agora?

Se você julgasse,
se você pensasse,
se você passasse
a mão na consciência,
se você amasse,
mas a consciência
você comeu com farinha...
 E você não morre,
você é frouxo, TSE!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem constituição,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo branco
que fuja a galope,
você marcha, TSE!
TSE, para onde?

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