Tuesday, January 03, 2017

Os Mosaicos de Paulo Werneck no Ministério da Fazenda



Este é um pedaço do Rio realmente secreto. Se o prédio é aquele colosso neoclássico estadonovista que a ninguém passará despercebido, quem imaginará que lá no terraço do 14o andar, de onde, naturalmente, se descortina uma daquelas visões do Rio que deus-nos-acuda, haverá não um ou dois pero cinco lindos painéis musivos de Paulo Werneck?

De fatura modernista, acabam criando interessante, inda que mínimo, contraponto ao prédio neoclássico, tão ao gosto de ditaduras. Nos mosaicos de Werneck, o lirismo, a leveza, quase um Mário de Andrade nostálgico meditando sobre o Tietê. Ou o Amazonas.

O trabalho de Werneck foi seu segundo no gênero, logo depois dos mosaicos do edifício do IRB. Com a grana que entrou, deu entrada no apartamento em cujo subsolo manteve ateliê. Foi a primeira vez que trabalhou com modelos. O do índio Sepé Tiaraju foi um seu ajudante. Reparem que ele praticamente voltou a este tema, com uma técnica ainda mais apurada, no painel do Leme que documentei aqui.

Em que pesem setenta anos de exposição às intempéries, os cinco painéis encontram-se em excelente estado. Apenas um reclama restauração urgente. Segundo me informei, algum movimento já está sendo feito.










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