Tuesday, May 13, 2014

30 Anos Com Nava



Hoje, 13 de maio, não é apenas o aniversário de Lima Barreto. Hoje, 13 de maio de 2014, faz trinta anos exatos que Pedro Nava se matou.

A morte com um tiro na cabeça perto do Relógio da Glória será aqui e ali lembrada na imprensa na clave de sempre :: era homossexual? recebeu a ligação? foi chantageado?, para a alegria do jornalismo Caras. E Nava segue desconhecido, pouco ou nada lido, mesmo por aqueles que às vezes se debruçam perfunctoriamente sobre sua obra apenas para a obtenção de um título acadêmico.

Não se navega em Nava senão com total entrega e paixão. Baú de Ossos, Balão Cativo, Chão de Ferro, Galo das Trevas, Beira-Mar, O Círio Perfeito, o inacabado Cera das Almas permanecem como monumento memorialístico perene a que qualquer literatura pode almejar. E ainda temos seus poucos poemas, sua pequena literatura de viagem, seus desenhos admirados por Mário.

Disse poucos poemas? Quem escreveu "O Defunto" sabe que nada mais havia a ser escrito.

Eu não teria conhecido Pedro Nava, não o leria e releria obsessivamente, não fosse pelo meu pai. Aliás, todos os Nava que tenho são os que meu pai comprara e lera e sublinhara a lápis e nos quais fizera anotações marginais. Ele depois comprou tudo de novo para ele.

Só para terminar, hoje eu e um amigo leríamos "O Defunto" perto do Relógio. Uma forma de comemorar a data. Não se veja algo macabro aqui. Co-memorar :: lembrar com, este nosso intuito. Por motivos vários, adiamos a data.
PS: Já escrevi sobre Nava aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e  aqui, para citar apenas alguns.

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