Do poeta multifacetado Jorge de Lima, tenho uma edição realmente rara: uma edição fora do comércio de um livrinho intitulado Castro Alves / Vidinha, de 1952. A capa traz ainda a informação "Cadernos Mira Celi 2".
Fico na dúvida se a edição que tenho é que é fora do comércio ou se o opúsculo saiu apenas assim. Arrisco a primeira.
A título de introdução, o regionalista da "Negra Fulô", o visionário que, com Murilo Mendes, quis restaurar a poesia em Cristo, o místico do Caderno de Sonetos e o inclassificável da Invenção de Orfeu, escreveu::
Conservei neste livro a métrica, a linguagem, enfim, a poética popular assimilada em minha infância matuta acostumada a ouvir cantadores.
Publico o poema na íntegra, incluindo estrofes dirigidas especialmente ao público não erudito a quem primeiro foi destinado.
De modo que podemos dizer que o livrinho é, na verdade, um cordel, com estrofes de seis versos com rimas nos pares.
Senhores, peço licença
para agora recordar
um poeta e sua vida
e seu modo de lutar,
e seu amor infeliz
e sua glória sem par.
E por aí vai ele, narrando a vida do poeta baiano bem folhetiniscamente. Não vejo nada de tão genial, mas seu autógrafo para o Hélio Pellegrino é impagável.