Qual foi, afinal, o presente que Riobaldo trouxe de Araçuaí para Diadorim? Ele é muito claro aqui:
"De Araçuaí, eu trouxe uma pedra de topázio"
Bem, pedra de topázio fique sendo? Mais adiante será safira:
– “Diadorim, um mimo eu tenho, para você destinado, e de que nunca fiz menção...” – o qual era a pedra de safira, que do Araçuaí eu tinha trazido, e que à espera de uma ocasião sensata eu vinha com cautela guardando, enrolada numa pouca de algodão, dentro dum saquitel igual ao de um breve, costurado no forro da bolsa menorzinha da minha mochila."
E, pasmai, mais adiante ainda, Riobaldo diz que é ametista! Mas aqui ele já admite estar confundindo e diz que "só no bocal da idéia de contar é que erro e troco – o confuso assim"
Ainda que essa fala de Riobaldo no finzinho da saga admita erros e trocas, ainda me pergunto se não terá sido confusão não do narrador, rio baldo, rio que falha, mas do autor mesmo, o Rosa
Há duas ocorrências para ametista no romance, três para safira, enquanto o topázio é mencionado uma, duas, três, quatro, cinco vezes
Estive em Araçuaí há poucos dias
E de Araçuaí, eu trouxe duas pedras de topázio: uma para o Dante, uma para a Camila. Porque amor é pássaro que põe ovos de ferro
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