Boi Calemba é como o potiguar chamam o folguedo que os maranhenses chamam de bumba-meu-boi e os amazonenses, de bumba-meu-boi, nomes que se popularizaram mais. O Boi Calemba de São Gonçalo do Amarante, na grande Natal, completou este ano 118 anos de existência. Cento e dezoito. Em um país como este, em que as coisas pouco duram, exceto as más, como o patriarcalismo, o machismo, o racismo
Escrevo amargo, é verdade, nesta semana tensa que precede a eleição mais importante de nossa triste História. Ou ela se redime aqui, a História, ou vai mesmo para a lata de lixo, não sei se com reciclagem possível. Estamos no Nordeste. E é duro andar pela orla de Natal e ver as varandas e os carros ostentando o nome e o semblante doentio do genocida. Mas chegar nos recantos de cultura popular e ver a presença do Lula é um alívio que basta a lógica para explicar
Mário de Andrade, em sua viagem de 1928, ouviu o Boi Calemba de São Gonçalo do Amarante. Cascudo, claro, conhecia-o bem e talvez por isso o tenha nomeado o folguedo mais representativo de todo o folclore brasileiro
O crânio do boi é o mesmo do começo do século passado. O mesmo, pois, que Mário e Cascudo alisaram com os olhos marejados...
Uma vez mais, uma pena falar de um folguedo musical e não conseguir postar vídeos, por pequenos sejam
PS: Assistimos a um ensaio. Se por um lado não gozamos daquelas roupas lindas brilhantes como a lua, por outro gozamos de certa intimidade, só possível em momentos assim. Agradeço muito ao Kléber e ao Mestre Dedé
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