The good people?
The book! The book people!
Há alguns anos assisto com meus alunos ao Fahrenheit 451, do Truffaut, conforme postei aqui. Este post, aliás, fala que ao final dos trabalhos eles se tornam book people. Fazemos assim: primeiro espalho pelas paredes da sala o início de romances clássicos em língua inglesa, se bem que entram também A Metamorfose, do Kafka, A morte de Ivan Ilitch, do Tolstói, A Desobediência Civil, do Thoreau, e "Annabel Lee", do Poe e "Song of Myself", do Whitman. Dentre outras coisas. Ou seja, não entra só prosa de ficção e o texto não precisa ter sido escrito originalmente em inglês. A tarefa deles é identificar cada texto, sendo que, para facilitar um pouco, forneço a lista com os nomes de autores e obras pendurados nas paredes.
Feita a correção, cada um escolhe o livro que vai se tornar, abandonando para sempre, portanto, a sua antiga identidade de Mariana, Lucas, Julia, Augusto. Eles têm um tempo para memorizar o texto e, então, apresentam-se uns aos outros: "It's nice to meet you, I'm The Great Gatsby, by Francis Scott Fitzgerald", "Oh, really? I'm A Christmas Carol, by Dickens", e eles então recitam-se uns aos outros. E assim fazendo, transmitem o precioso, como quem passa água de mão em mão em concha,
Porque, como no filme disse a sensível Clarisse ao Montag, em breve esta idade das trevas, de PECs e escola sem partido, irá terminar e livros serão impressos novamente. E a literatura, a liberdade, a beleza poderão novamente vir à luz sem medo.