Um belo dia verifiquei que o Rio era a cidade mais rica das que eu conhecia em matéria de serralheria. Aprendi a admirá-las. [...]
No Círio:
"O gosto pelas serralherias do velho Rio nasceu no Egon destes seus itinerários de Santana. Foi um pouco sem intenção, mesmo sem querer é que ele foi se penetrando da beleza e da fantasia dos gradis e dos portões desta freguesia para deixar, depois, sua nova paixão se estender aos antigos ferros dos outras arrabaldes. Esquadrinhou bairros e bairros a procurá-los nas casas do fim do século passado e inícios do atual. Grades mais antigas existiam mas ainda sem desempenho no conjunto arquitetônico e a importância adquirida naquelas duas épocas. O princípio da ideia do Egon era apenas a de olhar e tirar desta contemplação um prazer pessoal e uma ocupação de transeunte de nossas ruas mais veneráveis. Mas depois ele viu a picareta demolindo impiedosamente as casas rendadas de ferro da sua Rio de Janeiro e sua substituição por módulos de cimento armado cuja beleza ainda não foi impregnada nem caprichada pelo tempo e pela morte. Então, por que não guardar? para os maníacos do futuro um pouco da lembrança de nossas grades, gradis, portões, beiras e ornatos metálicos."
1 comment:
quanta riqueza!
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