Monday, May 22, 2017

Crônicas Sergipanas VII ::: Grande Painel Azulejar de Jenner Augusto



A inspirada e inspiradora obra Azulejaria Contemporânea no Brasil, de Frederico Morais, divide-se em dois volumes, o primeiro tratando dos artistas e o segundo dos locais, da integração dos azulejos com a arquitetura e dos naïf (por isso citei-o já aqui, por ocasião das minhas postagens sobre os Irmãos Igejas e sobre Celino).

Com muitas páginas dedicadas ao Nordeste, faz-se justiça ao mencionar e analisar o sergipano  Jenner Augusto, se bem que apenas as suas obras realizadas na Bahia. Não se menciona seu lindo painel de 1957, típico da estética modernista / regionalista  localizado no coração de Aracaju, pertinho do Cacique Chá (aqui)

Retratando elementos da economia sergipana e no indefectível azul cobalto, o painel de 1.148 peças tem peculiar forma abaulada, ao acompanhar a esquina da parede do prédio em que está assentado.

As peças foram queimadas na cerâmica de Udo Knoff, alemão quase tão baiano quanto Pierre Verger.

A influência de Portinari é clara e benfazeja. Aliás, lembrei agora, o interior da Pampulha tem também azulejos em superfície abaulada.

Para concluir: um gaiato arrumou jeito de deixar sua mão ali, em meio aos cajus, canas e peixes. Um gaiato pós-moderno derribando a velha noção de arte de não toque! não ultrapasse!, é isso?








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