Já li Crônica de uma Morte Anunciada três vezes, inclusive enquanto estudante de espanhol na minha high school em Chicago, por isso me lembro de monte de coisas, como a sopa de crista de galo muito apreciada pelo bispo que chegou justo no dia em que mataram Santiago Nasar. Sopa de crista de galo, aquilo calou fundo em mim, não a ponto de desejar provar, pois nas duas primeiras leituras eu era ainda vegetariano radical.
Nunca provei a sopa, que hoje faria com imenso prazer. Cheguei perto agora em Sergipe ao tomar a famosa cabeça de galo, prato da culinária nordestina que também atende por caldo da caridade, caldo da fome (!!) e mingau de cachorro (!!!).
De galo não entra nem crista nem nada, só o nome. É um caldo de ovos engrossado com farinha. Tem-se o cuidado de manter o ovo inteiro na mistura, ao menos a gema. De resto, temperos triviais, como tomate, cebola, alho, pimentão, coentro. Ótimo exemplo de cucina povera, de que já tratei aqui, lembrou-me também certa sopa que tomei em Bucareste (aqui).
Bom para ressaca e para convalescentes. Eu tomei antes da moqueca de sururu e fiquei comovido com o dourado daquela gema.
Laranjeiras-SE |
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