Noel, ubíquo Noel em Vila Isabel. De tal modo que irradia e chega ao Grajaú. Há um tempo já queria fotografar este boteco para ilustrar estes trechos do primeiro conto do mais recente livro do Sérgio Sant'Anna. Consegui-o hoje, sem a presença (também ubíqua) dos odiáveis carros.
As fotos em si já valem postagem. Basta ver as aqui debaixo.
Ao jantar, o pai contava piadas políticas e às vezes cantava um sambinha: Quem é você que não sabe o que diz, meu Deus do céu, que palpite infeliz... Noel ecoando em todas as casas da época. O pai falava também do futebol de antigamente, que, segundo os mais velhos, era muito melhor que o de hoje: Domingos da Guia, Leônidas, Lelé, Isaías, Carrero, Batatais e vários outros.
(O Conto Zero, Sérgio Sant'Anna, p. 28)
Você disse à inglesa que não se apresentaria de modo algum, pois ficaria muito envergonhado. "Será muito rude da sua parte, se você recusar", a inglesa disse. Prensado deste modo, você concordou e, chegando a sua hora, você foi até a janela da sala, virou-se de costas para ela e de frente para os convidados, batucando com as mãos, no parapeito de madeira, o ritmo de samba, cantou Palpite infeliz, de Noel Rosa, que tinha aprendido ouvindo seu pai. Você se saiu muito bem e o sucesso foi estrondoso, embora ninguém entendesse patavinas das palavras. A partir daí, você foi a figura principal da festa
(p. 15)
E pra quem ficou curioso :
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