Wednesday, February 27, 2019

Nilton Bravo : O Documentário


Enfim assisto ao pequeno documentário de Luiz Alphonsus sobre Nilton Bravo, de 1979. Há anos buscava e consegui agora, na ótima exposição Cartografia Poética, no Espaço Cultural BNDES.

É bem pequeno, mas para mim emocionante: o pintor saindo de casa no Lins com a maleta para trabalhar, em ação no próprio bairro, aliás na rua em que morou, Vilela Tavares, ver pinturas para sempre desaparecidas.

Animamos tanto que, depois de traçar a costela suína no Escondidinho, voamos, Rixa e eu. para o Café e Bar Bigode, na esperança de encontrar o painel que ele pinta no documentário. Descubro que eu já estivera lá: um bar muitissimamente bem preservado, com um balcão de mármore de chorar.

Mas sem o Nilton Bravo, desaparecido sob grosseira mão de tinta azul.

Fomos ver a casa de Nilton, com certo travo amargo no coração, eu duvidando mesmo de Dylan Thomas And death shall have no dominion / Under the windings of the sea / They lying long shall not die windily 










Monday, February 25, 2019

O Queijo do Serro, Patrimônio Universal de Minas

Dona Geodara

Sem ser especialista no assunto, sei que não foi nada fácil a luta para que o queijo do Serro se tornasse patrimônio imaterial, com a preservação de seu ancestral modo de produção.

Bem, mudanças houve. Hoje as antigas formas de madeira, por exemplo, servem apenas como itens decorativos, embora já houvesse fazendeiro dizendo que "O divórcio entre o queijo e a madeira é pecado capital que deve ser redimido". De qualquer modo, há todo um modo de fazer muito peculiar -- a manipulação do leite, a prensagem, o tempo da cura, a adição do pingo -- que resulta num produto, e aqui vem o melhor, presente no cotidiano das famílias serranas, longe de constituir-se em "item folclórico" ou apenas turístico.

E ele está por toda parte: orgulhosamente exposto numa banca de restaurante ou queijaria e não menos orgulhosamente vendido na mala de um carro.

Verdadeiramente um patrimônio. Experimentá-lo in loco com uma cerveja artesanal de Milho Verde ou, quem sabe com um Syrah mineiro, é daquelas experiências de lavar almas. Ou no Café da Praça, ao pé da escadaria da Igreja Santa Rita, no Kibeturuy, um quibe assado recheado com o dito queijo, acompanhado com molho cítrico.







Kibeturuy


Nossa Ceia de Natal





Sunday, February 24, 2019

Azulejos de Puebla II : San Francisco Acatepec


Cholula é um passeio que se faz a partir de Puebla, sendo que de lá pode-se (deve-se) ir ainda a San Francisco Acatepec e Santa Maria de Tonantzintla e sua alma só estará salva se você visitar tão demoradamente quanto possível as duas igrejas: esta pelo delirante barroco indígena, aquela pelos azulejos.

Os azulejos talavera da fachada de San Francisco Acatepec são o que há de mais barroco e mais talavera em todo o território mexicano. Construída entre 1650 e 1750, esta fachada parece um céu, parece um altar, dispensando quase a entrada ao templo.

Ficamos como que borrachos mesmo.




















Saturday, February 23, 2019

Azulejos de Puebla I


Quando no México, para azulejos e cerâmica em geral: Puebla, onde chamam, à cerâmica, de talavera, homenagem à Talavera de la Reina, cidade espanhola próxima a Toledo.

Aqui um apanhado geral, com ênfase na cozinha de Santa Rosa de Lima, onde um azulejófilo fica com vontades de morar, e a Igreja de Santo Domingo.

A Casa de los Munecos e o povoado de San Francisco Acatepec, de tão especiais, ganharão ainda postagem exclusiva e por aí se avalie que história é essa de azulejos nesta cidade que atende por Puebla. 

PS: Esta postagem já fora prometida aqui.