Thursday, September 29, 2022

VIVENTES DO VELHO CHICO

 

Zé Pretinho (Pantaleão-AL)

Ilha do Ferro é povoado bem pequeno, mas sem esforço pode-se ficar lá dias e dias, vasculhando cada canto. Mas o riozão ali, ao alcance de pés e mãos, é sempre convite para outras explorações. Pode-se continuar na margem direita e subir para Mata da Onça e Pantaleão (!), povoados fora do mapa. Pode-se subir e ir para a margem esquerda, em Sergipe, e dar em Curralinho e Bom Sucesso, povoados de Poço Redondo, por onde muito andou Lampião. Ou pode-se descer pela margem esquerda e conhecer o quilombo Mocambo e em seguida a Ilha de São Pedro, onde está a aldeia dos Xokó. Isso já em Porto da Folha, Sergipe

Para quem gosta de explorar, para quem gosta do distrito do distrito, do povoado do povoado, um prazer grande


Clemilson (Mata da Onça-AL)


Daiane (Mata da Onça-AL)

Pintura de Roxinha (Lagoa de Pedra-AL)

Yuri (Pão de Açúcar-AL)

Pai do presidente do Jaciobá e Caronte

Quilombo Mocambo (Porto da Folha-SE)

Maria do Socorro e Luizinho (Mocambo-SE)

Damiana Xokó (Ilha de São Pedro-SE)

Anísio Xokó

Cacique Bá Xokó

João Xokó

Pedro Acácio Xokó

Giovanna Xokó

Maria Amélia (Curralinho-SE)

Cozinheira em Curralinho-SE

Bom Sucesso-SE

Frida em Bom Sucesso-SE

A parte 1 desta viagem está aqui


VIVENTES DA ILHA DO FERRO

Ano passado publiquei postagem de nome "Viventes das Alagoas" (aqui), título que tomei emprestado de obra póstuma do Velho Graça. Alagoano, comme il faut

Tendo voltado anteontem da Ilha do Ferro, que não é ilha mas que se localiza às margens do São Francisco a uns 250 quilômetros de Maceió, não posso senão lançar mão do mesmo título. A propósito, nem toquei os pés na capital alagoana. Cheguei lá via Sergipe, em longa viagem de quatro horas em micro-ônibus Aracaju X Niterói, que eles dizem Niteróis. Depois um barco para atravessar o São Francisco e... pronto!, não se está ainda na Ilha, mas em Pão de Açúcar. Para se chegar lá, mais uma meia-hora, se por terra ou quarenta minutos, se pelo rio

Uma saga

Um lugar mágico


D. Rejânia

D. Rejânia

Valmir


Alan

Arrado, meu Caronte

Nadijane

Morena

Morena

Arrado

Norberto

Obra do Vavan

Vavan

Lúcia e Família

A parte 2, com fotos dos lugarejos próximos, está aqui

Sunday, September 18, 2022

Dante e a Cannabis

Nos vídeos mágicos, autistas não-verbais começam o tratamento com CBD e, shazam!, logo estão falando mais que papagaio em areia quente

 
Com a gente não foi bem assim. Imagina você tomar um remédio pra emagrecer, porém você não apenas não emagrece como... engorda. Foi o que aconteceu com o CBD aqui em casa. Ele não apenas não trouxe a organização psíquica tão almejada como fez com que o Dante regredisse de modo que nem meus piores pessimismos poderiam conceber
 
Uma neuropediatra indicou-lhe o óleo Shanti, que é o CBD + THC. Atenção para esse componente que atende por THC, que é o que dá o barato na cannabis. E que é o que pode causar esquizofrenia também, principalmente em cérebros adolescentes, mas isso terapeutas canábicos não aceitam
 
Não somos, Dante e eu, contra o CBD. Somos mesmo favoráveis à liberação para que a erva possa ser cultivada em casa. Só estamos dizendo que pode não dar certo. No nosso caso, o terapeuta canábico recomendou o aumento da dosagem (!) e eu, cansado de limpar manchas de sangue nas paredes causadas pelas cabeçadas do Dante, achei era hora de suspender
 
( foto de ontem à tarde, depois da interrupção. durante o THC um momento assim seria impossível )


 

Tuesday, September 13, 2022

Gil

 

Ainda triste e chocado, simplesmente evito pensar. Mas por evitar pensar, tenho agora que escrever, assim como tive que verbalizar para algumas poucas pessoas. Em resumo: há um mês escrevi um textinho a que chamei de "Couve" (aqui). Escrevi logo depois da minha experiência no hortifrutti (é tudo verdade). Como visitei meu pai em seguida, mostrei-lhe tão logo cheguei, ele gostou. Bem.

No texto falo na Gil, essa amiga que não via há uns oito anos. Trabalhamos juntos por todo um ano no Tabladinho, nós dois à frente da turma das crianças de 4 anos. Foi um ano intenso. Como disse no pequeno texto, a Gil falava e fazia coisas que ninguém mais e aquilo me marcou muito. Nunca esqueci, partirei com elas. Mas o que preciso dizer agora é: embora a Gil tenha me marcado muito, não me lembro de a ter mencionado nessas bobagens que escrevo. Ever.

Pois na sexta passada falei nela, dia 12 de agosto, falei nela. E nesse mesmo dia ela morreu. Por volta da mesma hora

Sim, estou chocado com a coincidência (o que minha mãe não diria?, conforme escrevi aqui), mas estou mesmo é devastado

Trabalhei com a Gil quando tinha 21, 22 anos. Não é mais ou menos 21 ou 22, é que como nasci em junho, até o meio do ano de 1990 tinha 21. Depois, 22. Eu já estava com a turma das crianças de 4 anos desde 1987. Lembro de mim como um professor dedicado e carinhoso, mas que podia ser arrogante com os colegas. Eu achava que sabia tudo, adolescente tardio. A Gil derrubou isso rapidinho, com um sopro

Uma das coisas queridas que aprendi. Ela tinha me dito que não poderia ir no dia tal, pois teria que fazer um trabalho. Tá bom. No dia seguinte a este trabalho, em dado momento ela me cobrou "E você nem perguntou como foi ontem". Ela estava me cobrando. Fiquei tão impactado, me marcou tanto que incorporei, o que me rende até hoje série de olhares e pensamentos enviesados. Ali aprendi que a gente tem mais é que cobrar daqueles que são importantes para nós 

Procurei tanto alguma foto com ela, sem sucesso. Mas encontrei este bilhete, que ela colou na porta do meu armário, já em 1991, ela de volta ao turno da manhã, eu continuei à tarde. E passamos a nos ver apenas brevemente, em fugazes encontros