Hoje à tarde bebemos da Mahin, da Cervejaria da Mulher Guerreira, Artesanal e Feminista.
Eu poderia estar roubando, como o Temer, ou mesmo matando, como o Aécio, eu poderia arriscar uma análise organoléptica da birra, eu que estou longe de ser entendedor, mas prefiro, por ora, deixar que o poeta Luís Gama, que foi escravo e analfabeto até os 17 anos, faça uma análise de sua mãe -- ela mesmo, a Luísa Mahin.
Segue:
Sou filho natural de uma negra, africana livre, da Costa Mina (Nagô de Nação) de nome Luísa Mahin , pagã, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã.
Minha mãe era baixa de estatura, magra, bonita, a cor era de um preto retinto e sem lustro, tinha os dentes alvíssimos como a neve, era muito altiva, insofrida e vingativa.
Dava-se ao comércio – era quitandeira, muito laboriosa, e mais de uma vez, na Bahia, foi presa como suspeita de envolver-se em planos de insurreições de escravos, que não tiveram efeito.
Era dotada de atividade. Em 1837, depois da Revolução do Dr. Sabin , na Bahia, veio ela ao Rio de Janeiro e nunca mais voltou. Procurei-a em 1847, em 1856 e em 1861, na Corte, sem que a pudesse encontrar. Em 1862, soube, por uns pretos minas que conheciam-na e que deram-me sinais certos, que ela, acompanhada de malungos desordeiros, em uma “casa de dar fortuna”, em 1838, fora posta em prisão; e que tanto ela como os seus companheiros desapareceram. Era opinião dos meus informantes que esses ‘amotinados’ fossem mandados pôr fora pelo governo, que, nesse tempo, tratava rigorosamente os africanos livres, tidos como provocadores. Nada mais pude alcançar a respeito dela.
PS: Não consegui organizar o texto da citação a contento. Fontes e cores misturadas. Isso, a rebeldia
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