Friday, June 09, 2017

Dante Balanços Aterro


Outro dia amiga falou que entendia minha vontade de chorar quando penso no Dante sempre que estou longe dele e que, por isso, embora não por vergonha de chorar, eu simplesmente evite deter meu pensamento aí.

São bem poucos os dias em que não fico com Dante. Para minha alegria, orgulho e exaustão. Sendo começo de noite de sexta com um cheiro delicioso de chuva, e após comer o melhor omelete de Portobello do mundo e assistir ao documentário da Janis ao lado da Camila, penso nele e decido enfim escrever postagem há muito pensada sobre balanços.

Não é ainda a postagem sobre balanços, em cujo encalço continuamente estamos, por toda a cidade. Os da pracinha do Grajaú são ótimos, mas apenas quatro. Depois das 5, quando a criançada linda sai da escola, a disputa é acirrada. Dante nem sempre espera paciente. Algumas mães e pais extremamente cooperativos querem incontinenti dar a vaga ao Dante, o que nego, agradecendo: ele aprenda a esperar. E na espera às vezes cabeçadas e chutes na terra, mas que aprenda.

Aí descobri este parque no Aterro. São cerca de dezesseis balanços e ninguém além de nós. Ninguém. Muitos donos passeando seus cachorros, para excitação do pequeno, e só. Dezesseis balanços. Aquela história do pinto no lixo, da mosca no purê de batata, os dois tolos ali, pulando de balanço em balanço. Outro dia saí correndo com ele, às 5:55, com medo o parque fechasse. O parque não fecha.











A trilha-sonora é do Tangerine Dream ::


1 comment:

Graziela Albuquerque said...

Um parque com dezesseis balanços e ainda 24 horas! Um parque AM/PM, como deve ser.
Delícia de texto!