Aeroportos me estressam um bocado mas, uma vez no avião, adoro. Adoro viajar de avião, por longo seja o tempo. Se nas condições ideais, então, quais sejam: os lugares do canto, apenas Camila e eu, de modo que podemos conversar quilômetros e criar um espaço todo nosso, todo ninho, todo útero, uma coisa meio Bachelard, esperar a comida, beber vinho, acordar de noite e ouvir vrum-vrum dos motores. Ou de quem dorme ao lado.
No longo voo sobre a China assisti a duas obras-primas cazaques (aqui). Neste mais curto e diurno voo de volta do México conheci o quinteto do Shostakovich.
Como eu, que sou apaixonado pelos quartetos do Shostakovich desde os dezoito anos, só vim a conhecer o seu quinteto agora? Foi preciso um voo de volta do México.
E como o Dmitri escreve, em 1940, um allegretto destes?
Acho esses meninos coreanos talvez um pouquinho presto demais. Mas a interpretação é genial, anyway.
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