Tuesday, November 18, 2014

Paul in Rio, parte I



Fui a três dos quatro shows do Paul McCartney aqui no Rio e exatamente por isso não me peçam para escolher meu momento preferido.

Assistir a um show do Paul já preenche todas medidas de pasmo e satisfação :: o beatle ali, vivo ao vivo, quase podendo ouvir o que você lhe gritar.

Num show do Paul até as músicas que não ouço em casa me fazem chorar. Falo de uma "I saw her standing there" e "All my loving". Chorar e pular e cantar e chorar mais um pouco. Não incluo aqui no grupo "Eight days a week", que essa ouço em casa (em menor frequência do que pede a música) e cuja inclusão me surpreendeu menos por ser cantada pelo John do que por ter aberto os trabalhos na noite de 12 de novembro de 2014.

Sabemos o quão débil e tíbio é o mundo da música pop. Paul demonstra estar muito muito além ao poder vasculhar três repertórios maravilhosos, sendo um mítico, para pinçar as músicas para uma apresentação. Refiro-me, claro, aos Beatles, ao Wings e à sua atual carreira solo. O guitarrista Rusty pede-lhe que inclua "Rocky Raccoon", o que eu adoraria para poder cantar junto "Her name was Magil / but she called herself Lil / but everyone knew her as Nancy", prodígio de rimas e assonâncias verbais e mentais. Em vez disso, ele inclui as improváveis "Lovely Rita" e "For the benefit of Mr. Kite". E tem música do New e tem música para antigos e novos e eternos amores.

Queria que ele incluísse "Uncle Albert", "Let 'em in" e tantas outras e mais que as outras, "Heather". Mas reconheço isso difícil, porque ele sussura "Heather" no final da música e existem os amores novos e eternos que podem não gostar.

Mas, ora.

E, sim sim, eu tenho meus momentos preferidos. Fica pra parte 2.


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