Lançado em 1973, Vietato ai minori di 18 anni? é outra obra-prima.
Musicalmente o grupo chegava ao seu ápice. As três primeiras canções se
fundem em outra suíte, na qual a banda destila impiedosamente sua
crítica à nossa hipocrisia. Há um quê de bufo, de sarcástico por todo o
álbum. Os temas, que tratam de masturbação, homossexualidade,
prostituição, isolamento e hipocrisia religiosa chegaram a ser
censurados à época do lançamento (o que explica o título).
Ouvir Álvaro Fella urrando “Aveva dentro tanta paùra”, e
“Continuo a masturbarme”, ao rememorar os sofrimentos de um menino
enclausurado em um internato é inesquecível, desfazendo a ideia de que o prog italiano é sempre dolce e soave. Chega a ser inacreditável que tanta riqueza
possa caber em apenas 7 minutos de “Specchio”. Ouvir os metais de “Come
vorrei essere uguale a te” é outro auge.
Na faixa “Gil”, seguramente a mais experimental de todas (na
verdade uma jam session), temos a presença de Lino Capra Vaccina
(Aktuala) e Franco Battiato. Não deixem de notar a sutileza do
mellotron, que piange quietinho, fazendo uma base melancólica para as
viagens da percussão maravilhosa, para o VCS3 de Battiato, para o moog,
para a slide-guitar e para a voz de Fella.
No final dos anos 80, a banda lançaria um álbum ao
vivo, que vale mais pelas circunstâncias do que pela música em si. Um
grande fã conseguiu reunir a banda, que não tocava junta desde 74, para
um concerto, junto com IQ e Magma! O público, na verdade presente pelo
Magma, teve uma grata surpresa com o Jumbo, que se concentrou no seu
último álbum, Vietato?. Mas este disco não acrescenta muito para quem
já conhece os de estúdio.
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