A Carlsberg já havia feito isso :: em face do crescimento vertiginoso das cervejas artesanais, lançou a sua linha própria de especiais, o que pude comprovar, provar e aprovar aquando de minha visita à fábrica em Copenhagen em 2008.
Aqui a Ambev optou primeiro pela mesquinharia, bem semelhante à sua carta de produtos, tentando desqualificar o movimento de cervejas artesanais / especiais no Brasil em nome de uma suposta assepsia e controle de qualidade. Skol, Brahma, Antarctica :: controle de qualidade. Tá.
Agora a poderosa indústria parece ter aceito um pouco a nova realidade, lançando uma série de cervejas realmente dignas de receber o nome de especiais, e não aquela bobajada de Bohemia Black ou Brahma com malte cultivado na Granja do Torto (como se isso fosse um plus. Gol da Alemanha!).
A Bohemia lançou sexta-feira passada uma witbier, uma IPA e uma Belgian Blonde. Até a segunda semana de dezembro só podem ser degustadas em três bares da capital paulista :: o Astor, o Original e o Pirajá. Depois poderão ser consumidas em 50 bares brasileiros (SP, RJ, Riberião Preto, Beagá e Curitiba). Fui no Pirajá não por bairrismo, mas porque é o único que possui um belíssimo Nilton Bravo em perfeito estado de conservação.
A proposta é apostar no terroir, tendência mundial, daí a witbier Bela-Rosa ter pimenta-rosa, a IPA Jabutipa jabuticaba e a Belgian Caã-Yari, erva-mate. Minha preferida foi a Jabutipa, mas não por ser eu um ipófilo. Justo por ser ipófilo é que sou mais crítico com o que amo. Ela tem ótimo acentuado amargor sem que isso signifique pouca drinkability. A jabuticaba é sutil, para desgosto do Pedrinho do Pica-Pau Amarelo. Já a Bela Rosa chama atenção pelo maravilhoso bouquet :: tem pimenta-rosa mesmo ali e isso é lindo, mas falta algum corpo. A Belgian batizada com o nome da protetora da erva-mate ficou devendo um pouco. Em contraste com as outras duas, porque em relação às ambevs ordinárias, é ótima.
O Nilton Bravo |
Minha cunhada pimentinha |
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