Friday, December 29, 2017

Feliz Natal



Jorge Amado dizia baboseiras essas histórias de manter-se criança na idade adulta, o mito do forever young, tudo bobagem, só se é criança mesmo na infância e ponto final.

Lembro um pouco disso ao dizer que Natal, Natal de verdade para mim foram aqueles de eu menino e pré-adolescente, em que nos reuníamos na casa da minha avó na Rua Uruguai, ganhávamos presentes, alguns surpresa outros nem tanto e, o clímax ansiado o ano inteiro: a visita dos primos no dia seguinte, o 25 propriamente dito.

Nada, absolutamente nada em minha vida podia ser comparado à chegada dos primos: Alex, Sérgio Ricardo, Ana Beatriz. Foi numa véspera de Natal também, a de 1977, que ganhei o Álbum Branco. Eu na idade já de pedir os presentes, a mãe querendo manter algum espírito de surpresa e Papai Noel, de modo que, dias antes, quando lhe perguntei se a capa era mesmo toda branca, ela respondeu que não. Era meio rosada.

O que veio depois, o que tenho hoje, pode ser muito bom. Boas comidas, estar junto a pessoas queridas. Mas são coisas que, malgrado rabanadas, posso ter em qualquer outro dia do ano.

É o Dante, claro, que torna a fazer a diferença. 

Talvez para ele seja um dia como qualquer outro também, ele querendo rua, balanço, pracinha, piscina, não me iludo. Mas quando lhe dou de presente uma lanterna, ele abre a boca, pois se lembra das consultas médicas. E é ele quem está na bola da árvore de Natal com a Lara. E é ele quem veste o gorrinho para desajeitado selfie. Com a Pampi.

Então Natal como que volta a ganhar sentido



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