L'amor che move il sole e l'altre stelle
Quando não quer fazer alguma coisa, Felipe maldisfarça uma dor de cabeça. Um canastrão, segundo seu pai, Cristóvão Tezza, em O Filho Eterno. Também Dante tem seus momentos de péssimo ator sempre que percebe minha mágoa com ele e finge que chora. com direito a gemido e ao clássico esfregar os olhos.
Aqui não há seduções entre soldados e viúvas, adultérios, senhoras que perdem a parte de baixo do maiô em praia cheia ou ainda dez outras aventuras e desencontros como as narradas por Ítalo, mas o amor é difícil.
Não que seja difícil o amor, posto que caudaloso, sem margens, incessante. Já escrevi por aí: embora eu goste muito de falar sobre ele, se fico longe do Dante um tempo maior que o habitual (férias, por exemplo), evito mesmo pensar nele. Para evitar o choro que não se segura, onde for, principalmente se dentro da noite.
Difícil por causa do dia a dia. Foi preciso que um livro como Meu Menino Vadio -- Histórias de um garoto autista e seu pai estranho, do meu vizinho de bairro Luiz Fernando Vianna (aqui) para esclarecer essa história de que não há nada de bonitinho no autismo. É uma luta, bicho. Já fui à lona diversas vezes. Mas também já dancei na rua, chorei na chuva e tive vontades de ser presidente da República.
E, para todos efeitos, haverá sempre o elefante do Drummond :
Amanhã recomeço.
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