Loveless (Нелюбовь) é a história -- terrível -- de uma pequena família russa de um casal e um filho onde reina o desamor. Digo pequena porque me refiro ao pequeno núcleo que vive sob o mesmo teto, mas se expandirmos um pouco, para a casa da avó materna, encontra-se o mesmo desamor. Por desamor aqui não se entenda 'apenas' indiferença. Trata-se de um desamor ativo, isto é, ódio. Ódio entre o casal, ódio e indiferença dos pais para com o filho.
Talvez um lar assombrado por doença, miséria ou drogas se salve pelo amor. Talvez. O que salvará um lar assombrado pela absoluta falta de amor?
Naturalmente que este filme não é o primeiro a fazer isso, mas sempre bom encontrar obras que derribam um conceito terrivelmente ingênuo de maternidade / paternidade. Andrew Solomon: "como se o fato de ter filhos pudesse oferecer um estojo de primeiros socorros para egos feridos e para o desespero incomensurável".
A cena em que o pequeno Alexey chora desesperado e silencioso atrás da porta enquanto seus pais discutem seu confinamento em um orfanato não é para iniciantes. Os gritos "Aaalyooshaaaa" ecoando pela fria floresta, tampouco.
Do mesmo Andrey Zvyagintsev (aqui).
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