Ele nem tocou as minhas favoritas, "The One", "Circle of Life" e "Song for Guy". E choveu muito, mas muito mesmo, confirmando as previsões da manhã, quando vi o arco-da-velha (aqui). Houve breve interregno de lua e estrelas. Breve. Juntando com o show do James Taylor e com o intervalo entre os dois, foram mais de quatro horas sob uma chuva torrencial e quase ininterrupta. Noves fora, um show maravilhoso, uma noite inesquecível, que, se tudo desse errado, já valeria pela memória da minha mãe.
Ela sempre disse Elton Jones. No começo eu corrigia, "É John, mãe: Elton JOHN", mas depois, num raro rasgo de sensatez, deixei pra lá, não por achar (outro rasgo) que isso era coisa de papagaio velho que não aprende a falar, mas por perceber que esse era o seu Elton John, digo Elton Jones, o seu 'léxico familiar', na expressão feliz de Natalia Ginzburg (aqui), valendo-se de rasura toda sua neste meio de expressão, a língua falada, de resto tão autoritária.
E lá estávamos eu e Camila, mais Cris e Marcelo, este o maior fã e conhecedor ali da Apoteose, encharcados e radiantes, nesta demonstração de que nem toda música pop é descartável e epidérmica e só presta se cantada por modelos. A propósito, seu solo de piano foi qualquer coisa.
No final, acho que mesmo por causa do dilúvio, ele emendou o bises. Tem um trechinho da gente fazendo lalações de "Crocodile Rock". Se parece pouco, grosso engano. Estávamos exaustos e felizes e, se Elton Jones quisesse, ficávamos até as 4. Eu, Camila, Cris, Marcelo. E minha mãe.
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