Um dos meus quadros preferidos do Thyssen-Bornemisza, e a disputa aqui é braba, é o Cavaleiro em uma Paisagem, até 1919 atribuído a Dürer e hoje reconhecido como de Carpaccio. O que mais gosto neste ambiente simbólico é a doninha a seus pés, próxima do latim Malo mori quam foedari.
Fui reencontrar a doninha, este animalzinho já muito interessante, em um café trazido do Vietnã por amigos queridos. Se por aqui temos o delicioso Jacu Coffee (sobre o qual já escrevi aqui), os vietnamitas, para não ficar por baixo, botaram as asinhas para fora e saíram-se com o café vietnamita de doninha, cujo princípio é basicamente o mesmo do de jacu: pegam-se os grãos praticamente inteiros no seu cocô.
Acaloradas discussões no Lonely Planet advertem sobre as falsificações, ressaltando que não basta o desenho de uma doninha na embalagem como garantia que tem cocô de verdade ali. Ou seja, pode-se pegar um dinheirão (café dos mais caros do mundo) e levar para casa uma falsificação de merda. (Sorry)
O meu, provado na primeira manhã de abril ("Agora que é abril, e vão morrer / as formosas canções dos outros meses"), garanto que é do legítimo.
cocô da doninha com grãos do café Robusta |
Detalhe do Carpaccio |
1 comment:
Muito se aprende neste blogue.
(eu esse café não queria não, prefiro café sem ter ido passear dentro da doninha e sempre sai mais em conta)
:-)
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