Tuesday, November 08, 2016

A Casa da Crônica da Casa Assassinada


Sim, sou chegado a hipérboles, como força expressiva, para fazer um pouco de frente ao febeapá que rola por aí. Nesse espírito que escrevi, por exemplo, que o bairro de Todos os Santos deveria figurar com destaque na lista de pontos turísticos por nele ter morado Lima Barreto (aqui). Foi exagero? Nem acho.

Mais ou menos nesse espírito, afirmo: qualquer interessado em literatura brasileira deve reservar uma visita a Valença, onde poderá conhecer a casa onde Lúcio Cardoso escreveu as 40 primeiras páginas deste que é um dos nossos romances mais importantes e perturbadores: Cronica da Casa Assassinada (1959).

Em minha visita descobri que sua escrivaninha ficava justo no quarto de Vito Pentagna, a quem o romance é dedicado e sobre quem escrevi aqui, em um distante 2012.

Aliás, sobre Vito escreverei mais adiante. Como esta postagem é sobre a casa, uma descoberta, embora eu de ordinário seja avesso a interpretações biográficas: não se passa pela leitura do romance incólume. Não se passa por Nina, André, Ana, Valdo, Demétrio, Alberto sem sofrimento. Não se passa incólume por Timóteo, este que praticamente não tem voz própria na longa narrativa. E não é que na casa descubro que a frequentava um pintor espanhol de nome Timoteo Pérez Rubio? O qual, aliás, pintou praticamente todos os retratos da casa, incluindo o da Lea Pentagna e o de Vito? Será que?

Minha edição é a segunda, de 1963, da Editora Letras e Artes, comprada usada por meu pai em 1984.



1 comment:

Ivo Korytowski said...

Mais uma dessas leituras que ainda não fiz. Ars longa vita brevis.