Um azulejo é pouco, dois é bom, três é bom demais. Seiscentos e sessenta, então? Inda mais se encontrados de surpresa?
Bem, a surpresa não foi no momento do registro (exceto, claro, se considerarmos que o contato com o belo será sempre uma surpresa afinal a thing of a beauty is a joy forever ou não é?), de vez que atopei com o painel ao passar pela rua, de carro. Mais uma vantagem de não dirigir: como falo pouco, vou que nem cachorro na janela olhando tudo, o vento nas orelhas, assim já descobri tanto desde a casa da Heta Pandit em Goa até o Café e Bar Brasília em Cachambi.
Agora, este excepcional painel de 660 azulejos à entrada de edifício em Pinheiros chamado Armênia. A informação não é excrescência :: o painel retrata o Monte Ararat (sim, aquele mesmo onde a arca do beberrão Noé aportou para esperar o baixar das águas), símbolo da luta armênia contra o imperialismo e tirania turcos.
Porque o Ararat hoje pertence à Turquia. Eu que sempre simpatizei com a causa armênia, hoje inda mais.
Voltando ao painel, assinado por Emilio Oxpaur: como que feito com canetinha hidrocor, às vezes um pontilhismo digno do melhor Seurat e Signac, uma idealização da natureza de fazer poeta árcade pular do aquário, um céu de tantas cores que me faz querer morar ali.
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