Hoje Niterói completa 440 anos e acordei com ganas de escrever um texto muito mas muito amargo sobre esta cidade onde moro há 18 anos.
Queria texto com a raiva dos que são escorraçados sem explicação, com o desencanto dos frustrados, com o fel dos amargurados. Queria texto que não deixasse pedra sob pedra. Texto que mandasse bem mandada à merda essa corja de políticos carniceiros e também cutucasse (sentiriam?) essa população alienada e acomodada, que guarda dinheiro debaixo do colchão e crê que o sumo da vida reside num almoço na Paludo ou no Porcão e nos inevitáveis arrotos que se lhe seguem.
Isso seria só a introdução.
Ao saír para alguma inspiração, dou de cara com mais uma casa posta abaixo no Ingá, casa que para mim tinha história.
Ao continuar a deambulação, entro no recém-inaugurado Museu Janete Costa de Arte Popular.
Ao atravessar a rua, volto ao Solar do Jambeiro, onde descubro exposição de fotografia em monóculos "Um Olhar sobre a Diversidade", acerca da comunidade LGBT. A exposição faz parte das atividades do Centro de Cultura LGBT - Prof. José Carlos Barcelos, meu amado, eterno, orientador, sobre quem há pouco escrevi aqui.
Outros, não eu!, o texto rancoroso escrevam hoje. A Lilith do meu ombro esquerdo ronrona como gatinho persa de 4 meses de idade.
PS: Parabéns, Niterói. (Sem exclamação)
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