Não sou leitor do Dia, que sempre desprezei. Confesso que se tenho que esperar minha vez no barbeiro, às vezes passo os olhos, mas credito isso à minha fobia de ficar sem nada para ler (uma palavra pra isso, Lina?)
Fazendo uma busca sobre Asperger e Messi, deparo-me com esta pérola assinada por Alysson Cardinali, publicada no dito jornal.
Assim como escrevi aqui, é de estarrecer. No segundo parágrafo lemos que "seus inúmeros
fãs não devem se assustar. A Síndrome de Asperger, diferentemente do
autismo clássico, não acarreta em nenhum atraso ou retardo global no
desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo". Ou seja, se acarretasse atrasos, se fosse autismo clássico, os fãs deveriam se assustar e naturalmente procurar outro ídolo? Justin Bieber tá aí pra isso.
Em segundo lugar, o título idiota "Vítima da Síndrome de Asperger, Messi derrota a doença para vnecer na vida" é típico do discurso eufórico da superação. Só ganha bala quem supera! Só ganha atenção e amor e quinze minutos de fama que derrota a doença. Vamos lá, gente, vamos se esforçar.
Para terminar, a jóia oferecida pela presidente (!!) da Associação de Pais, Amigos e Profissionais dos Autistas de Santa Catarina, Giselle Zambiazzi:: “Acham que o autista é um débil mental.
Não é isso. Messi é um exemplo de superação”.
Tá bom, meu amor, o autista não é um débil mental, Messi não é um débil mental.
E com os débeis mentais que não se superam a gente faz o quê?
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